Lisboa é das cidades europeias mais na moda na área do turismo. Eleita em Novembro último como Capital Europeia do Desporto em 2021, a capital portuguesa acaba por ser presenteada com um grande evento mundial no atletismo: o Campeonato do Mundo de Pista.
A decisão foi tomada pela IAAF após as fortes suspeitas de corrupção na atribuição do Campeonato do Mundo à cidade norte-americana de Eugene.
O FBI e outras autoridades dos Estados Unidos têm mantido sobre investigação a escolha de Eugene. Na época, o presidente da IAAF era Lamine Diack, que cumpre prisão domiciliar após denúncia de corrupção.
Face aos inúmeros problemas com as autoridades e à confissão de Lamine Diack de envolvimento no processo, Doug Logan, presidente do Comité Organizador de Eugene e diretor-executivo da Federação Americana de Atletismo, já comunicou à IAAF a sua decisão de abdicar do Mundial.
Em reunião havida em Lausanne, a IAAF atribuiu por unanimidade o Mundial a Lisboa que beneficiou do facto de ser Capital Europeia do Desporto em 2021, derrotando a outra candidatura apresentada por Gotemburgo.
“Lisboa recebeu o Campeonato Mundial de Atletismo Júnior em 1994 e foi um êxito. Também organizou o Mundial de Cross em 1985 com enorme sucesso. Além disso, Portugal tem atletas de nível internacional. Estou certo que o campeonato vai ser excelentemente organizado e com muita gente a assistir”, afirmou Sebastian Coe em conferência de imprensa.
Fernando Medina, presidente da autarquia da capital, trabalhou com Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de Atletismo na preparação do dossier apresentado à IAAF.
Para Jorge Vieira, “Este é um grande desafio para a Federação e para Lisboa. Saberemos estar à altura de um Campeonato Mundial”.
O Estádio Nacional é o local escolhido para o Mundial, com a pista de tartan a ser totalmente remodelada e com a construção de uma nova bancada na Praça da Maratona para oito mil pessoas. Todas as bancadas serão cobertas, sendo esta uma exigência da IAAF.
As obras estão orçamentadas na sua totalidade em um milhão e 400 mil euros e deverão começar logo após a final da Taça de Portugal, em Maio. As despesas serão suportadas em 60% pelos fundos comunitários e em 20% pelo Estado português, cabendo à autarquia suportar os restantes 20%.
A autarquia espera um elevado retorno monetário com a presença milhares de estrangeiros, amantes da modalidade que assistirão ao Mundial que terá a duração de dez dias.