Odessa Swarts era uma das principais velocistas da África do Sul na década de 1980, mas foi impedida de competir internacionalmente por causa do Apartheid, política governamental de segregação racial do país que excluía socialmente quem não era de raça branca. Mas o sonho de participar nuns Jogos Olímpicos foi realizado cerca de 30 anos depois, não por ela mas pelo seu filho, Wayde van Niekerk que conquistou a medalha de ouro no Rio de Janeiro em 2016.
Instaurado em 1948, o Apartheid limitava os direitos dos não-brancos, maioria da população sul-africana. Dessa forma, não era permitido aos atletas negros representarem o país em competições internacionais. Por causa da segregação e violência, brancos e não-brancos viveram anos de conflito e hostilidade. A política segregacionista com a exclusão dos negros fez com que países de todo o mundo ameaçassem boicotar os Jogos Olímpicos, caso o país continuasse com essa postura.
O Comité Olímpico Internacional decidiu a partir de Tóquio 1964, excluir a África do Sul dos Jogos Olímpicos por causa do cenário no país. Durante esse tempo, a velocista Odessa Swarts ficou de fora de competições internacionais e sem ter as suas marcas reconhecidas. Os sul-africanos ficaram fora até aos Jogos de Barcelona 1992. Enquanto a África do Sul se preparava para os Jogos Olímpicos, Odessa dava luz precocemente à luz Wayde van Niekerk, em Julho.
O dom da mãe nas pistas passou para o filho. Venceu os 400 metros no Mundial em 2015 e chegou como um dos favoritos aos Jogos Olímpicos do Rio 2016, aos 24 anos. Na pista oito, onde ninguém havia sido campeão na prova, Wayde conquistou a medalha de ouro, batendo os recordes olímpicos e mundial ao completar a prova em 43,03 s.
– “Eu precisava de passar por tudo isso, precisava de passar pela dificuldade. Acredito que não era para mim. Acredito que não era para eu ser grande. Mas era para eu ser mãe de alguém grandioso”, afirma Odessa Swarts.