Jarinter Mwasya, campeã africana dos 800 metros no ano passado, e Zena Jemutai, medalhada de prata dos 3.000 metros sub-20 no Mundial Sub-20 em 2021, estão entre os 20 atletas suspensos pela Agência Antidoping do Quénia (ADAK), sinal de que a situação de doping do país continua a agravar-se
O sprinter Samuel Imeta também está na lista, depois de ter supostamente testado positivo para esteroides anabolizantes no Meeting em Nairobi, em 24 de fevereiro. Naquele dia, ele correu os 100 m em surpreendentes 9,94 s, sendo segundo, atrás do compatriota e campeão africano Ferdinand Omanyala.
A World Athletics não ratificou os tempos da prova devido a problemas técnicos, mas o desempenho de Imeta parecia sugerir que o Quénia havia encontrado outro sprinter de ponta depois de Omanyala.
Samuel Imeta, oficial do Exército queniano, tinha sido eliminado nas meias-finais dos 100 m nos Jogos da Commonwealth disputados no ano passado em Birmingham. Ele fez parte da estafeta nacional de 4×100 m que registou um recorde nacional de 38,26 no Meeting de Gaborone, Botswana, que garantiu uma vaga no Mundial de Budapeste. Esse desempenho será eliminado se Imeta for considerado culpado de doping.
As amostras de Jarinter Mwasya, de 26 anos, testaram positivo para várias substâncias proibidas, incluindo a eritropoietina. Ela também competiu pelo Quénia no Mundial de Eugene e nos Jogos da Commonwealth, mas não conseguiu chegar à final em nenhum dos eventos.
Zena Jemutai, de 20 anos, testou positivo para a substância proibida triancinolona acetonida, um medicamento corticosteroide sintético. Em março, ela venceu a prova de 10.000 m da Villa de Laredo, na Espanha, em 31m03s.
Outras atletas que enfrentam agora suspensões, são Hannah Mwangi, vencedora dos 400 m barreiras no Kip Keino Classic, meeting Gold do World Athletics Continental Tour, e a fundista Agnes Mumbua, vencedora em fevereiro, dos 15 km de Puy en Velay, na França.
As últimas revelações ilustram novamente a profundidade do problema do doping no Quénia e lançam dúvidas sobre o desempenho de outros atletas do país.
No ano passado, o país evitou por pouco a suspensão do atletismo internacional depois de prometer resolver o problema.
David Howman, presidente da Unidade de Integridade de Atletismo (AIU), afirmou que está empenhado em trabalhar com o Quénia para garantir que isso aconteça.
A Federação Queniana de Atletismo também prometeu combater o doping no país e está a trabalhar com a AIU para lançar uma operação envolvendo investigadores criminais e autoridades médicas para identificar e processar qualquer pessoa envolvida.