Quem diria que quase 700 atletas do fim do pelotão da última edição da maratona de Londres, pudessem ser insultados pelos espetadores e maltratados por gente da Organização? O “prémio” que vão receber é poderem participar gratuitamente em 2020. O anúncio foi feito pela Organização da prova, como um pedido de desculpas e compensação às pessoas, muitas delas chamadas de “gordas” e “lentas” durante o percurso.
Os insultos e assédios foram provocados, tanto por uma parte de membros da Organização como pelos espectadores e tinham como alvo os atletas mais lentos da prova.
As equipas de limpeza lavaram as ruas quando alguns atletas do fim do pelotão ainda corriam e os espetadores os insultavam dizendo, por exemplo, “se não fosses tão gordo, não serias tão lento, serias?” e mandando correrem mais rápido pelo passeio.
Os tapetes de cronometragem foram removidos, os postos de abastecimento estavam sem água e o equipamento para registo das fotos oficiais ou vídeos da meta já tinha sido desligado quando parte destes atletas concluiu o percurso.
Os problemas foram relatados aos organizadores cerca de um mês depois da prova, o que chamou a atenção da imprensa local. Ao investigarem o caso, os organizadores da Maratona de Londres descobriram que muitas das situações descritas, ocorreram de facto.
Assim, a organização fez uma pesquisa online com os maratonistas que terminaram a prova em mais de sete horas e também entrevistou pessoas que trabalharam na organização do evento e autoridades locais.
Foi depois enviado um e-mail a todos os corredores lamentando o ocorrido, pedindo desculpas pela má experiência que tiveram e relatando quais os problemas que tinham sido descobertos. No total, 678 atletas ganharam uma inscrição gratuita para a prova em 2020.
Segundo a organização, os veículos de limpeza iniciaram os seus trabalhos antes do horário previsto no cronograma e os funcionários que agrediram os maratonistas estavam a ser identificados e encaminhados à polícia. Em relação aos espetadores, o seu comportamento inadequado durante a prova, teria ocorrido devido à existência de bares nas ruas do percurso.
Além da inscrição grátis para os 678 maratonistas insultados este ano, a prova anunciou que a limpeza das ruas começará mais tarde em 2020 e que um membro sénior da equipa da organização passará a monitorar o pelotão final da prova.