A atleta russa Mariya Lasitskene, campeã olímpica do salto em altura, pediu ao presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach, que termine as sanções contra os atletas russos.
O COI recomendou a proibição de atletas russos e bielorrussos de competir após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
“A sua decisão não parou a guerra, mas deu origem a uma nova”, escreveu Lasitskene numa carta aberta. “Diz que tomou esta decisão para a nossa segurança, mas não é verdade.”
A atleta já tinha perdido os JO do Rio de Janeiro em 2016, quando a Rússia foi punida por doping patrocinado pelo Estado.
Ela sagrou-se campeã mundial em 2017 e 2019 competindo como atleta neutra e representou o Comité Olímpico Russo nos JO de Tóquio.
“Nos últimos sete anos, não tive no total, a oportunidade de competir em competições internacionais em cerca de quatro”, escreveu Lasitskene.
“A World Athletics usa o meu passaporte russo como trunfo em todas as oportunidades. E o senhor não viu problemas com isso. Agora, eles estão fazendo isso de novo, mas diretamente por sua instigação.”
A atleta de 29 anos, acusou o COI de preferir não saber “nada sobre as opiniões dos atletas russos e como os nossos atletas vivem à luz dos recentes eventos na Ucrânia”.
“As minhas principais colegas no setor do salto em altura são raparigas ucranianas. E ainda não sei o que dizer-lhes ou como olhar nos seus olhos”, acrescentou.
“Eles e os seus amigos e parentes estão a experimentar o que nenhum ser humano deveria sentir.”
Várias federações desportivas também tomaram a decisão de banir atletas, autoridades e equipas russas e bielorrussas de eventos internacionais.
Lasitskene, que nos últimos anos, tem criticado os órgãos dirigentes desportivos da Rússia, disse que Bach e o COI escolheram a “solução mais fácil” para banir atletas por causa da sua cidadania.
“Suspeito que não terá coragem ou dignidade para acabar com as sanções contra os atletas russos”, disse ela.