A norte-americana Sydney McLaughlin é detentora do recorde mundial dos 400 metros barreiras com o fantástico tempo de 50,68 s, marca obtida no Mundial de Eugene e que suplanta em 73 centésimos, o seu anterior recorde mundial desde os Trials.
Apesar de muito jovem, com apenas 23 anos, ela sagrou-se bicampeã olímpica em Tóquio (400 m barrreiras e 4×400 m) e tricampeã mundial (400 m barreiras e 4×400 m em Doha, e 400 m barreiras em Eugene).
Agora, McLaughlin decidiu correr os 400 metros, com um objetivo ambicioso: bater o mais velho mundial em masculinos e femininos e que remonta a 1985. A alemã oriental Marita Koch parou o relógio há 37 anos em 47,60. Desde então, a única atleta a quebrar a barreira dos 48 segundos, foi a checa Jarmila Kratochvilova com 47,99 em 1983.
Se alguém pode ‘ameaçar’ estas marcas é McLaughlin, que na estafeta 4×400 m do Mundial de Eugene foi decisiva na medalha de ouro do seu país ao correr a distância em 47,91, a sétima marca mais rápida da história e a segunda nos últimos 33 anos, atrás da sua compatriota Allyson Felix.
“Acho que não vamos ainda desistir dos 400 metros barreiras, mas definitivamente, quero expandir para os 400 metros e ver o que sou capaz de lá fazer”, disse McLaughlin, que se casou em 25 de setembro. Uma decisão que o seu técnico Bobby Kersee já havia adiantado antes: “Esse recorde mundial existe há muito tempo e ninguém chegou perto dele. Queremos ser capazes de testar e ver o que Sydney pode fazer.”
McLaughlin nunca correu em competição individual os 400 m e o recorde pessoal é de 50,07 em 2018, quando ele era estudante na Universidade de Kentucky.
Para além do recorde mundial de Marita Koch, McLaughlin sonha em fazer uma dobradinha no Mundial de Budapeste no próximo verão. Será difícil porque as eliminatórias dos 400 m começam 2 horas e 20 minutos antes das meias-finais dos 400 m barreiras.
Já nos JO de Paris 2024, não haverá provas dos 400 m e 400 m barreiras no mesmo dia. “Claro, será ainda um desafio, pois eu teria que correr em seis dias consecutivos… e um sétimo se for adicionado o 4×400 m”.
Em linha com McLaughlin, é de salientar que a neerlandesa Femke Bol conseguiu duas medalhas de ouro nessas mesmas provas no recente Europeu de Munique (mais a estafeta 4×400 m) depois de ter sido segunda nos 400 m barreiras do Mundial de Eugene,atrás de McLaughlin, embora a já 1,73 s.
Apenas duas vezes na história dos Jogos Olímpicos, um atleta ganhou medalhas nos 400 m e 400 barreiras, ambas nos Jogos de St. Louis de 1904, quando os norte-americanos Harry Hillman e Frank Waller dividiram o ouro e prata nos dois eventos. Claro que a situação de então é bem diferente da atual, com um nível competitivo bem mais elevado. O terceiro objetivo perseguido por McLaughlin pode durar ainda menos tempo, o recorde nacional dos 400 m de 48,70, estabelecido em 2006 por Sanya Richards-Ross, campeã olímpica em Londres 2012. Em Eugene 2022, o título mundial foi para a bahamiana Shaunae Miller Uibo com 49.11.