Descascamento, perda de cor, surgimento de pontos pretos, arranhões e ferrugem estão entre as maiores reclamações. Alguns medalhados notaram os problemas logo ao receberem as suas medalhas
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro terminaram há menos de um ano, mas algumas medalhas já apresentam defeitos e muitos pensam em trocá-las. Mais de 80 atletas americanos devolveram as peças conquistadas no Brasil devido a problemas no material. Descascamento, perda ou mudança de cor, surgimento de pontos pretos, arranhões, ferrugem e oxidação são as situações mais recorrentes. O mesmo problema foi citado por diversos brasileiros que foram ao pódio no Rio 2016.
Algumas medalhas, inclusive, apresentaram riscos logo no momento da entrega, enquanto outras foram-se deteriorando com o tempo, mesmo com todo o cuidado para o armazenamento.
O Comité Organizador do Rio 2016 fará uma recolha das medalhas da Olimpíada e da Paralimpíada, já que apesar do pouco tempo de uso, muitas estão descascando. Aos poucos, as peças vão sendo devolvidas à Casa da Moeda para a restauração ou troca tanto para brasileiros como estrangeiros. Embora as de prata tenham apresentado mais problemas do que as outras, as de ouro e prata também tiveram desgaste.
O Diretor-executivo de comunicação do Rio 2016, Mario Andrada disse que as autoridades notaram a deterioração do material entre 6 e 7% do total produzido. Segundo ele, “o problema mais comum é que elas tenham caído ou manuseadas com descuido e por isto tenham perdido o verniz, causando ferrugem ou uma mancha escura no local em que foram danificadas”.
A brasileira Verónica Hipólito descarta a possibilidade de mau manuseio e frisa que o problema tem sido recorrente em diversas modalidades. Medahista de prata nos 100m e bronze nos 200 m, a velocista notou alguns riscos no momento em que recebeu as peças.
“Uma das minhas medalhas, a de bronze, já estava riscada antes de eu subir ao pódio. Quando estávamos na salinha antes da premiação, eu já havia percebido que ela estava riscada, estava quase chorando, mas eles não podiam fazer nada, porque estava escrito a prova, a colocação e a categoria. A de prata tinha um risquinho bem pequenininho e agora está riscando mais. A minha prata já começou a descascar e no canto ainda tem umas manchinhas, mas bem menos que a de bronze. A de bronze está ficando preta. Ouvi dizer que alguém disse que os atletas não estavam cuidando bem das medalhas, mas eu e vários amigos meus cuidam super bem das medalhas e elas estão descascando. Quase todo o mundo que eu conheço está com este problema” – comentou a velocista.
Ao todo, foram produzidas 5.130 medalhas para os Jogos, sendo 2.488 olímpicas e 2.642 paralímpicas. A maioria dos problemas passa-se com as medalhas de prata.
Esta não é a primeira vez que os Comités observam problemas em medalhas dos Jogos Olímpicos Olimpíadas e Paralimpíadas, mas desta vez, é impressionante a quantidade de peças defeituosas. O Comité dos Estados Unidos, por exemplo, tomou conhecimento do problema em Dezembro e vem recebendo as medalhas entre os seus atletas para a troca ser feita.