Num documentário a ser divulgado amanhã no Reino Unido pela BBC, o atleta britânico Mo Farah, tetracampeão olímpico dos 5.000 m e 10.000 m, revelou que entrou no Reino Unido ilegalmente quando era jovem e foi depois, forçado a trabalhar como doméstico.
No documentário, Mo Farah revela alguns momentos sombrios da sua infância. Em primeiro lugar, ele explica que o seu nome verdadeiro é Hussein Abdi Kahin.
Mas aos oito ou nove anos, quanto morava na Somália com os seus pais e dois irmãos, foi levado para Djibuti. É deste país da África Oriental que voa para o Reino Unido com uma mulher que não conhece e com quem não tem laços familiares. Esta mulher, portanto, contrabandeou-o para o Reino Unido e disse-lhe que o seu nome era Mohamed Farah, com novos documentos que eram falsos.
A mulher levou Mo Farah para o seu apartamento em Hounslow, oeste de Londres, onde ele foi considerado um “servo” e teve que fazer a limpeza, em troca de comida. “Durante anos, guardei isso no meu coração”, diz Mo Farah, que afirmou sempre ter chegado da Somália, como refugiado com os seus pais. A sua família nativa nunca esteve na Inglaterra.
O seu pai foi morto quando ele tinha quatro anos e ainda morava na Somália, onde a sua mãe e irmãos ainda vivem. Quando ele fala sobre os seus anos longe da sua família, Mo Farah ainda diz: “Muitas vezes, eu tranquei-me na casa de banho e chorei”.