O Campeonato Mundial de Eugene terminou sem que nenhum controle positivo tenha sido anunciado. Esta situação é, obviamente, apenas temporária, as amostras colhidas podem ser mantidas durante dez anos. A Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) atuou ao suspender provisoriamente vários atletas de renome, alguns dias antes da competição. O queniano Lawrence Cherono, grande favorito na maratona, foi suspenso na véspera da prova.
Para já, podemos dizer que foi um Campeonato Mundial muito limpo. Também foi assim em 2012, quando os Jogos Olímpicos de Londres foram declarados os Jogos “mais limpos” da história olímpica. Depois, acabaram por ser os mais sujos. Em particular, por causa do programa estatal de doping criado pela Rússia e revelado ao pormenor por Gregory Rodchenkov, depois de se ter refugiado nos Estados Unidos.
Também antes do início do Mundial de Eugene, tivemos a AIU a abordar os países de “alto risco”, para que fosse respeitada a obrigação de que todos os atletas presentes em Eugene terem sido submetidos a três testes antidoping antes da sua partida. Com o objetivo de não repetir a situação dos JO de Tóquio, onde a Nigéria teve que eliminar 20 atletas, por falta de um número suficiente de controles.
Os seis países envolvidos (Bahrein, Etiópia, Quénia, Marrocos, Nigéria e Ucrânia) seguiram os procedimentos à risca, e multiplicaram os testes aos seus atletas.
A Nigéria, onde foram inúmeras as críticas em Tóquio, fez um grande esforço, com 157 testes realizados contra apenas 26 em 2021!
Esperamos que daqui a dez anos, possamos dizer que o Mundial de Eugene foi mesmo limpo de casos de doping.