O apuramento de Patrícia Mamona para a final do triplo e os excelentes resultados da final feminina dos 400 metros marcaram, a nível nacional e internacional, o 7º dia do Campeonato do Mundo de Doha.
Patrícia Mamona será a última atleta nacional a competir no Mundial, participando na final do triplo do próximo sábado, depois de ter conseguido o 10º lugar na qualificação realizada esta quinta-feira, com um ensaio de 14,21. O primeiro objetivo será um lugar entre as oito primeiras, com direito aos três ensaios suplementares. Depois, tudo o que vier será ganho. Na qualificação, Patrícia Mamona conseguiu 14,21 logo no 1º ensaio, o que, embora sem atingir a marca de qualificação direta (14,30), lhe dava alguma margem. Não melhorou nos dois ensaios seguintes (11,95 e 14,18) mas acabou na 10ª posição, com mais nove centímetros que a 12ª e última apurada. Houve cinco atletas a conseguirem o apuramento direto, com destaque para a jamaicana Shanieka Rickets, que abriu logo com 14,42. A venezuelana Yulimar Rojas, campeã mundial e vice-campeã olímpica (com 15,41 esta época), e a colombiana Caterine Ibarguen, campeã mundial em 2013 e 2015 (e 2ª em 2017) e campeã olímpica em 2016 (2ª em 2012), com 14,89 esta época, serão as principais favoritas.
As outras duas atletas portuguesas presentes na qualificação não estiveram felizes, em especial Susana Costa, que teve um inverno excelente (5ª no Europeu de pista coberta, com 14,43, a um centímetro de Mamona) mas tem tido vários problemas físicos e não conseguiu regressar à forma. Foi apenas 20ª com 13,77 (v:+0,3), com outros ensaios a 13,71 e 13,65. Já Evelise Veiga, (ainda) essencialmente saltadora em comprimento, foi 18ª com 13,89 (v:+0,1), com outros ensaios distantes (13,58 e 13,48). Estiveram em prova 26 atletas.
Como se esperava, Francisco Belo, vindo de uma gastroenterite que chegou a colocar em causa a sua presença na prova, ficou longe do apuramento para a final do peso, ao ser 32º (em 34 concorrentes) com 19,52, bem aquém da marca de qualificação (20,90), atingida por 12 atletas, e do seu melhor (20,97 duas vezes esta época, em março). Destaque para o neozelandês Tomas Walsh, atual campeão do Mundo, que chegou a 21,92 no único lançamento realizado.
Salwa Eid Naser foi vedeta
Das duas finais do dia (para além das provas combinadas), o grande destaque vai para a de 400 metros e, principalmente, para o despique entre Salwa Eis Naser (Bahrain), a nova campeã, com 48,14, e Shaunae Miller-Uibo (Bahamas), segunda classificada, com 48,37. Há mais de 20 anos que não se obtinham marcas tão boas e o tempo da vencedora coloca-a mesmo como terceira de sempre, a seguir a Marita Koch (47,60 em 1985) e Jarmila Kratochvilova (47,99 em 1983), marcas que deixam sérias dúvidas quanto a doping. Naser foi vice-campeã mundial em 2017. Miller-Uibo foi vice-campeã mundial em 2015 e campeã olímpica em 2016.
Entretanto, a chinesa Lijiao Gong cometeu a proeza de ganhar a sexta medalha consecutiva no peso, em Mundiais: foi 3ª em 2009, 2011 e 2013, 2ª em 2015 e 1ª em 2017 e 2019! E, pelo meio, ganhou medalhas de bronze (2008) e prata (2012) olímpicas! Abriu com 19,07 e 19,42 e garantiu o triunfo com 19,55 no 4º ensaio. A jamaicana Danniel Thomas-Dodd, que se aproximara com 19,36 no 3º ensaio, fechou com insuficientes 19,47.
No heptatlo, a britânica Katarina Johnson-Thompson somou 6981 pontos, a melhor marca do ano e que a coloca como 6ª de sempre. Derrotou a favorita, Nafissatou Thiam, campeã olímpica e mundial, que somou 6677 pontos, longe dos 7013 que tem como melhor desde 2017. A diferença entre as duas primeiras (304 pontos) é a maior desde o Mundial de 1987… há 32 anos!
O decatlo, muito marcado pela desistência do lesionado Kevin Mayer no salto com vara, foi emocionante. Antes dos 1500 m finais, apenas 19 pontos separavam os três primeiros. Mas, na última prova, o alemão Niklas Kaul ganhou com mais de seis segundos de vantagem e sagrou-se campeão com 8691 pontos, juntando assim o título mundial absoluto aos de juvenis e juniores que já havia conquistado. E, este ano, já fora campeão europeu de sub’23! Acabou por ganhar com folgados 87 pontos sobre o estónio Maicel Uibo, enquanto o canadiano Damian Warner, com 8529 pontos, juntou a medalha de bronze às de prata (2015) e bronze (2013) que já tinha (para além do bronze olímpico de 2016).
8º dia com seis finais
O oitavo dia do Mundial (faltam apenas três!) não terá portugueses em ação e contará com seis finais: 18.15 h – altura (M); 19.00 h – disco (F); 19.30 h – 400 m barreiras (F); 19.45 h – 3000 m obstáculos (M); 21.20 h – 400 m (M); 21.30 h – 20 km marcha (M).