O Nacional de Juniores, realizado este fim-de-semana, teve como ponto alto o recorde nacional da categoria conseguido pelo sportinguista Gerson Baldé, com 2,14 no salto em altura, e ficou ainda marcado pela melhoria do setor masculino relativamente ao ano passado e pelo elevado número de juniores de 1º ano e de juvenis que subiram ao pódio no setor feminino, mais fraco em termos de marcas.
Progredindo de 2,02 (ao ar livre), em 2018, para 2,08 no início deste mês e, agora, para 2,14 (6 cm de uma só vez!), Gerson Baldé foi a grande sensação deste campeonato. Em excelente plano, esteve ainda o benfiquista Gonçalo Veloso, ainda júnior de 1º ano, que melhorou de 2,01 na época passada para 2,05 e, agora, 2,10. Destaque ainda para André Rangel, que chegou a 7,28 no comprimento, sendo já o quarto júnior nacional de sempre em pista coberta e ficando a quatro centímetros do recorde dos campeonatos, pertença de Nelson Évora desde 2003. Foram três os recordes dos campeonatos batidos: para além do salto em altura, caíram os dois de 4×400 m, estafeta que voltou a realizar-se, depois de ter sido substituída pelos 4×200 m em 2010. A escassa realização dessa prova leva a que seja (ainda) fácil a queda dos recordes: o Benfica bateu o feminino, com 4.01,75 (recorde nacional de juniores) e o Sporting melhorou o masculino, com 3.21,09 (que só não é igualmente recorde nacional pelo facto de um dos elementos da equipa, Omar Elkhatib, ainda ser estrangeiro).
Comparando as marcas dos vencedores e dos terceiros classificados com as do ano passado, verifica-se que no setor masculino, houve agora sete melhores marcas e seis marcas inferiores. No feminino, são melhores apenas cinco marcas, contra oito piores (curiosamente, em ambos os casos, os resultados são idênticos para os primeiros e terceiros lugares).
No setor masculino, quatro dos 13 campeões ainda continuarão juniores em 2020: Gonçalo Gonçalves (60 m), Jorge Pereira (800 m), Etson Barros (3000 m) e João Pedro Buaró (vara). Dos sete atletas segundos classificados na mesma situação, há um ainda juvenil, o marchador Pedro Dias. Dos terceiros classificados, há também seis juniores de primeiro ano. No pódio, estiveram um total de 17 atletas (em 39 presenças) que continuarão juniores em 2020. Esse número é bastante superior no feminino: nada menos de 27 das 39 atletas que subiram aos pódios, uma larga maioria (quase 70 por cento!). Entre as campeãs, há seis juniores de primeiro ano e três juvenis: Inês Borba (1500 m) e Carla Rodrigues (vara), que subirão a juniores em 2020; e Elena Furk (altura), que será júnior mais três épocas! Entre as segundas classificadas, são ainda juvenis Ana Costa (400 m), Beatriz Fernandes (800 m) e Débora Quaresma (peso), que subirão a juniores; e Beatriz Rios (800 e 1500 m), que ainda é juvenil de 1º ano. Finalmente, entre as terceiras classificadas, são juvenis (de 2º ano) Bárbara Neiva (1500 m) e Inês Borba (3000 m). Bom sinal: a juventude dos pódios femininos do meio-fundo. Apenas a já consagrada Mariana Machado deixará de ser júnior.
Apenas três atletas mantiveram os títulos conquistados em 2018: Mariana Machado nos 3000 m (não pode defender o título de 1500 m pois teve o Nacional de crosse curto nesse dia), João Pedro Buaró na vara (ainda poderá conquistar o 3º título consecutivo em 2020) e André Rangel no comprimento. A varista Bárbara Mota conquistara os três títulos anteriores mas não esteve presente desta vez. Poderia ter igualado as proezas de Nelson Évora (comprimento e triplo) e Marisa Carvalho (barreiras), campeões quatro anos consecutivos.
Uma referência final para os títulos coletivos do Sporting, bem folgados e interrompendo séries do Benfica: oito vitórias masculinas e três femininas consecutivas (além de oito títulos femininos nos dez últimos anos). O Sporting parece mais atento à formação, que descurou ao longo de vários anos, e o Benfica não parece tão à vontade neste setor…