Surpresa! Nelson Évora renovou o seu título europeu de pista coberta, ao ganhar a prova de triplo dos campeonatos que este domingo terminaram em Belgrado. Com um salto de 17,20m, fez a sua quinta marca de sempre em pista coberta, a um centímetro dos 17,21 que lhe deram o título em Praga, há dois anos. E enquanto o atleta português esteve em excelente plano (outros saltos a 16,98 e 16,92), o grande favorito, o alemão Max Hess (17,52 na qualificação), limitou-se a ser terceiro, com 17,12 e ainda 16,57 (no último ensaio) e quatro nulos. Bem melhor (surpreendente até) foi o italiano Fabrizio Donato, de 40 anos (!), que foi segundo com 17,13.
Terminou assim da melhor forma a presença portuguesa neste Europeu, com uma medalha de ouro, uma de prata, um quarto lugar e dois sétimos, num total de 24 pontos que equivaleu a um honrosíssimo 11º lugar na classificação por pontos. [faremos amanhã um rescaldo].
A outra portuguesa presente neste dia final do Europeu, Lorène Bazolo, não esteve nada feliz na meia-final de 60 metros. Primeiro, viu um cartão vermelho por uma falsa partida que não fez e que seria anulado pouco depois (incrível o número de falsas partidas assinaladas neste Europeu e que depois foram anuladas). Depois, “ficou” nos blocos e acabou claramente última, com 7,51s. Ainda pior que os 7,49 das eliminatórias. De qualquer forma, a passagem à final seria muito difícil, já que a última das oito apuradas fez 7,26, quatro centésimos melhor que o recorde pessoal de Bazolo.
O TRIPLO ENSAIO A ENSAIO
1º ensaio: Um único atleta acima dos 17 metros, o letão Elvijs Misans, com 17,02. Nulo para Nelson Évora.
2º ensaio: Fabrizio Donato conseguiu surpreendentes 17,13, passando a liderar. O alemão Max Hess fez segundo nulo e Nelson Évora conseguiu a sua melhor marca da época, com 16,92, subindo ao quarto lugar.
3º ensaio: Sensacional Nelson Évora chegou a 17,20, passando a liderar. Max Hess, com 17,12, subiu a terceiro.
4º ensaio: Nada de novo, já que Évora, Hess e Misans fizeram nulo e Donato prescindiu.
5º ensaio: Ninguém mais voltou a passar os 17 metros e Nelson Évora e Elvijs Misans foram quem mais se aproximou, com 16,98. Max Hess voltou a fazer nulo e Fabrizio Donato prescindiu outra vez.
6º ensaio: Todos aquém dos 17 metros, novamente. Dos candidatos ao pódio, Misans (4º) ficou-se pelos 15,79, Max Hess não fez melhor que 16,57 e Donato 16,43. Já campeão, Nelson Évora fez nulo.
AS RESTANTES FINAIS
3000 m (F): Depois de ganhar os 1500 m no sábado, a britânica Laura Muir juntou-lhe o título de 3000 m, em excelentes 8.35,67. Deixou a turca Yasemin Can comandar até 300 m do fim, abalando depois para uma folgada vitória por quase oito segundos (8.43,46 para Can)!
3000 m (M): Espanhol de origem marroquina (embora lá vivendo desde os 4 anos de idade), Adel Mechaal, vice-campeão europeu de 5000 m, aguentou o ataque do norueguês Henrik Ingebrigtsen para ganhar em “lentos” 8.00,60, com 33 centésimos de vantagem.
800 m (F): A suiça Selina Buchel renovou o título numa prova decidida ao centésimo: 2.00,38 (recorde nacional) contra 2.00,39 da britânica Shelayna Oskan-Clarke.
800 m (M): Já duas vezes campeão europeu, tanto ao ar livre como em pista coberta, o polaco Adam Kszcot foi categórico campeão, embora em lentos 1.48,87, à frente do dinamarquês Andreas Bube (1.49,32).
60 m (F): Categórica vitória da britânica Asha Philip, com a melhor marca europeia do ano (7,06) e quatro centésimos adiante da ucraniana Olesya Povh e da polaca Ewa Swoboda, de apenas 19 anos.
Altura (M): Quase oito anos depois da sua surpreendente medalha de bronze no Mundial de Berlim’2009, com 2,32 e após duas operações ao joelho e outra ao tendão de Aquiles, o polaco Sylwester Bednarek chegou ao título com 2,32 (tem 2,33 esta época como melhor), à frente do britânico Robbie Grabarz (2,30). Ninguém mais passou esta altura…
Comprimento (F): Sensacional prova de Ivana Spanovic, da Sérvia, que, com o apoio do público, chegou a 7,24m (3ª de sempre e a melhor desde…. 1989, em pista coberta) e ainda 7,17 e 7,16, ganhando com 27 cm de vantagem sobre a britânica Lorraine Ugen. Nota para o 4º lugar da russa (a competir como independente) Darya Klishina (6,84).
Heptatlo (M): O francês Kevin Meyer, vice-campeão olímpico, esteve em grande, ao somar 6479 pontos, novo recorde europeu, mais 41 pontos que a anterior marca de Roman Sebrle em 2004. Fez 6,95 nos 60 m, 7,54 no comprimento, 15,66 no peso, 2,10 na altura, 7,88 nas barreiras, 5,40 na vara e 2.38,23 nos 1000 m, ganhando com 252 pontos de vantagem sobre o espanhol Jorge Ureña.
4×400 m (F): A Polónia ganhou, com 3.29,92, bem à frente da Grã-Bretanha (3.31,05).
4×400 m (M): Outra vitória polaca, em 3.06,99, à frente da Bélgica (com os irmãos Kevin e Dylan Borlée), com 3.07,80.
Polónia lidera medalheiro
Ausente a Rússia, a Polónia foi o país mais medalhado, com 7 vitórias individuais e um total de 12 medalhas. Seguiu-se a Grã-Bretanha, com 5 títulos e 10 medalhas e apenas mais dois países (Alemanha e França) “bisaram” vitórias.
Portugal 11º por pontos
Numa classificação por pontos (8-7-6-…-3-2-1 aos 8 primeiros), a Polónia lidera com 103, tantos quantos a Grã-Bretanha, que perde no desempate por vitórias individuais. A Alemanha completa o pódio, com 99 pontos, e Portugal ocupa um honrosíssimo 11º lugar, com 24.
O quadro completo poderá ser visto em