Campeão olímpico e mundial, com várias medalhas nas principais competições de ar livre e pista coberta, a Nelson Évora só faltava uma medalha em Europeus de ar livre. Conquistou-a agora (e logo a de ouro), aos 34 anos, com boa vantagem e a sua melhor marca da época: 17,10. Respondeu da melhor forma aos 16,93 ao 2º ensaio do azeri (ex-cubano) Alexis Copello. Nelson havia começado com um nulo e fez depois 16,55, 16,86,16,87 e 17,10, numa exibição em crescendo (nulo no último ensaio, já campeão) e mostrando-se mais uma vez num bom momento (face ao que tem sido a época) nas grandes competições. Há, no entanto, que referir ter tido a prova um nível modesto: só um atleta acima dos 17 metros aconteceu pela última vez em 1978 (há 40 anos!) e a marca do vencedor foi a mais fraca desde esse mesmo ano.
Portugal conseguiu mais duas posições no top’8, somando oito no total, o que o colocou, com 27 pontos, no 18º lugar na pontuação oficiosa, abaixo do que tem sido habitual.
Embora não repetindo o 5º lugar do Europeu de 2016, Marta Pen esteve bem na final de 1500 metros, ao ser sexta com 4.06,54. A prova foi inicialmente muito lenta (1.09,54 aos 400 m) mas, depois, a britânica Laura Muir foi para a frente impor um andamento bem mais forte. Marta Pen colocou-se então na 3ª posição e só viria a ceder pouco antes da volta final, acabando por cair na sexta posição, a sete centésimos do quinto lugar.
A terceira final com portugueses no último dia foi a de 4×100 metros. A equipa constituída por José Lopes, Diogo Antunes, Frederico Curvelo e Carlos Nascimento, mesmo desfalcada de Yazaldes Nascimento, o melhor na prova individual, conseguiu o apuramento para a final, com 39,09, beneficiando da posterior desclassificação da Itália. Na final, sem a formação checa, ausente de última hora, Portugal foi sétimo (último) com o agradável tempo de 39,07, o nono de sempre. A Finlândia, com um recorde nacional de 38,92, foi a sexta classificada.
Amanhã faremos um balanço da participação portuguesa e na terça-feira um balanço do Europeu.
AS OUTRAS FINAIS DO ÚLTIMO DIA
Vara (M): A melhor final do Europeu, com dois atletas a seis metros ou mais e quatro a 5,90 ou mais. O sensacional vencedor foi o sueco Armand Duplantis, de apenas 18 anos, já campeão mundial de juniores e juvenis e que bateu por três vezes (e sempre à 1ª tentativa) o seu recorde pessoal de 5,83, com 5,95, 6,00 e 6,05, recorde mundial de juniores! O russo Timur Morgunov progrediu de 5,92 para 6,00 e o francês Renaud Lavillenie acabou por ter que se contentar com a medalha de bronze, apesar de ter conseguido 5,95, falhando depois 6,00 (um ensaio) e 6,05 (dois ensaios).
Maratona (M): Surpreendente triunfo (e folgado – minuto e meio) do belga Koen Naert que se isolou ainda antes dos 35 km e ganhou em 2.09.51 – recorde dos campeonatos, melhorando o seu recorde pessoal (10º em Roterdão’2017) em 25 segundos. O segundo, com 2.11.24, foi o suíço (ex-eritreu) Abraham Tadesse, campeão europeu de meia-maratona e 7º na maratona olímpica, em 2016, e com 2.06.40 como recorde pessoal.
4×100 metros (M): Com vitórias nas duas estafetas finais, a Grã-Bretanha ultrapassou a Polónia no quadro de medalhas: 7-7 em ouro, 5-4 em prata. Na estafeta masculina ganhou com 37,80, contra 37,98 da Turquia, uma das três seleções a bater recordes nacionais nesta final, juntamente com a Holanda (3ª com 38,03) e a Finlândia (6ª com 38,92).
1500 metros (F): Vitória categórica da britânica Laura Muir, já 5ª e 4ª em Mundiais (e campeã europeia de pista coberta), que foi para a frente aos 400 metros e não mais deixou o comando para ganhar em 4.02,32, quase um segundo de vantagem sobre a polaca Sofia Ennaoui (4.03,08), 3ª no Europeu de pista coberta de 2017.
5000 metros (F): Campeã europeia de 1500 m em 2014, a holandesa (de origem etíope) Sifan Hassan acabou por ser folgada vencedora, em 14.46,12, seguida da britânica Eilish McColgan, com 14.53,05 e da turca (ex-queniana) Yasemin Can, campeã europeia de 5000 e 10000 m em 2016, com 14.57,63. A israelita (de origem queniana igualmente) Lonah Chemtai Salpeter, que já ganhara os 10000 m, enganou-se nas voltas, parando a uma do fim, quando seguia no grupo da frente e acabando desclassificada.
3000 m obstáculos (F): Com um poderoso final, a alemã Gesa-Felicitas Krause, já campeã em 2016 (e 3ª em 2012), renovou o título em 9.19,80, contra 9.22,29 da suíça Fabienne Schlumpf.
Martelo (F): Quarto título consecutivo (e 5ª medalha – bronze em 2010) para a polaca Anita Wlodarczyk, que chegou a 78,94 (com outros lançamentos a 78,55, 77,82 e 76,50), bem à frente de Alexandra Tavernier, que bateu o recorde França com 74,78.
Maratona (F): Apenas nove segundos separaram as três primeiras, com triunfo para a bielorussa Volha Mazuronak, 5ª nos Jogos Olímpicos, que gastou 2.26.22, menos seis segundos que a francesa Clémence Calvin (vice-campeã europeia de 10000 m em 2014) e menos nove segundos que a checa Eva Vrabcová-Nyvltová.
4×100 metros (F): Claro triunfo da Grã-Bretanha, com a melhor marca mundial do ano (41,88), contra 42,15 da Holanda.
O que se passou com o comentador da RTP, Luís Lopes que se fartou de enganar nos seus comentários neste europeu e termina com umas palavras algo insensíveis para com o naturalizado Pichardo.
Enfim…..
Totalmente de acordo com a sua observação.