A norte-americana Julia Hawkins faleceu aos 108 anos, depois de ter começado a competir após os cem anos.
Ela é um bom exemplo de que nunca é tarde para começar a correr. Tornou-se conhecida em 2017 quando marcou 30,62 s nos 100 m, estabelecendo o recorde mundial do escalão +100 anos nos Jogos Nacionais Sénior dos Estados Unidos. Quatro anos depois, ela fez novamente história com outro recorde mundial dos 100 m, desta vez no escalão +105 anos em 1.02,95, passando a ser a primeira mulher norte-americana a estabelecer um recorde mundial no escalão +105.
Nascida em 1916, Julia Hawkins só começou a competir em 2016, quando os seus filhos a inscreveram para uma prova de 50 metros nos Jogos Olímpicos Sénior da Louisiana. De acordo com o seu oblituário publicado no The New York Times, foi a sua primeira prova de atletismo, tendo terminado em 19 segundos. Ela foi sem surpresa, a primeira do seu escalão, já que era a única competidora com mais de 100 anos. Esta prova acendeu uma paixão que levou Julia Hawkins a competir nos anos seguintes em muitos eventos masters por todo o país, estabelecendo vários recordes nos 100 m.
Antes de começar a correr, Hawkins era uma ciclista nos seus 60 e 70 anos. Mas foi a sua mudança para o atletismo que a tornou conhecida internacionalmente na corrida master. Quando lhe perguntaram como ela se mantinha em forma, apontou para o seu regime de treino que incluía trabalhos no seu jardim.
A sua história é semelhante à de outra lenda da corrida master, o japonês Hidekichi Miyazaki que em 2015, estabeleceu o recorde masculino dos 100 m no escalão +105 anos em 42,44 s. Tal como Julia Hawkins, Miyazaki tinha 108 anos quando faleceu em 2019. Ambos os atletas demonstraram o espírito de competição, provando que, quando se trata de procurar novos desafios mais tarde na vida, a idade é apenas um número.