O exercício é um escudo contra a neurodegeneração, mantendo a memória apurada à medida que envelhecemos. Keeley Milne escreveu um artigo onde analisa um estudo de investigadores da Universidade de Zurique.
A sua corrida é mais do que um treino para os músculos, ela também mantém o seu cérebro saudável. Investigadores da Universidade de Zurique desvendaram os efeitos protetores das atividades físicas e sociais na saúde cerebral de adultos mais velhos, conforme relatado no Neuroscience News. Embora celebremos muitas vezes, os benefícios cardiovasculares da corrida, este estudo investiga como o exercício protege o cérebro do declínio relacionado com a idade.
O estudo
O estudo realizado ao longo de sete anos, abordou a região do cérebro que é vital para a aprendizagem e a memória e propensa à doença de Alzheimer – o córtex entorrinal. Os cientistas investigaram as relações entre a espessura do córtex entorrinal, o desempenho da memória e as atividades de lazer em adultos cognitivamente saudáveis com mais de 65 anos.
Os investigadores descobriram que, quanto menos a espessura dessa estrutura cerebral diminuía ao longo do estudo, menos reduzido era o desempenho da memória. O aumento da atividade física e social retardou significativamente o adelgaçamento do córtex entorrinal, preservando, em última análise, a memória.
O estudo enfatiza a natureza treinável do cérebro, comparando-o a um músculo que pode ser fortalecido ao longo da vida. Isabel Hotz, uma das autoras do estudo, observa: “Estas descobertas apoiam a ideia de que temos uma ‘reserva cognitiva’ e que o cérebro pode ser treinado ao longo da vida como um músculo para neutralizar o declínio relacionado à idade”.
A investigação baseia-se num estudo publicado no início deste ano que determinou que o exercício a longo prazo beneficia profundamente o envelhecimento do cérebro, aumentando a sobrevivência e modificando a rede dos neurónios nascidos durante o início da idade adulta, facilitando assim a sua participação nos processos cognitivos.
A conclusão
Lutz Jancke, supervisor do estudo, afirma: “O exercício físico e uma vida social ativa com amigos e familiares são, portanto, importantes para a saúde do cérebro e podem prevenir a neurodegeneração mais tarde na vida”. O estudo reforça que ser ativo física, mental e socialmente ao longo da vida, compensa na preservação da função cognitiva. Correr regularmente (pontos extras se o corredor se juntar a alguns amigos para adicionar um componente social) manterá a sua memória apurada à medida que envelhece. Mais um motivo para os corredores calçarem os seus sapatos e saírem pela porta.