Depois de António Nobre ter avançado há já algumas semanas, foi agora a vez de Jorge Vieira anunciar a sua candidatura a um terceiro mandato como presidente da Federação Portuguesa de Atletismo. As eleições estão previstas para 31 de outubro e é natural que sejam apenas dois os candidatos, já que Luís Jesus, presidente da Associação de Lisboa, que em tempos se mostrara favorável a uma candidatura, parece agora mais reservado. Há quatro anos, a disputa eleitoral entre Vieira e Nobre foi muito equilibrada, com o atual presidente a ganhar por 31-27 votos. Para além das 22 associações regionais (cada uma com dois votos), podem votar as associações de atletas de alta competição, juízes e treinadores (5 votos cada), atletas veteranos (3), organizadores de provas (2) e trail running (1).
Jorge Vieira anunciou a sua recandidatura a um terceiro mandato (e último por força dos estatutos) em carta enviada aos associados da FPA, na qual realça a força da modalidade, apela à mobilização dos associados, admite ter cometido erros e realça a unanimidade conseguida na maior parte das decisões em assembleia geral.
Da carta de Jorge Vieira, a que a agência Lusa teve acesso, retiramos alguns excertos:
– “Estamos nos estádios, mas, também, no espaço urbano e na natureza. Temos conteúdos para as crianças, temos desafios para os mais aptos, damos oportunidades para que todos possam superar-se, independentemente das suas aptidões”;
– “Podemos conquistar mais medalhas, podemos filiar mais praticantes, podemos tornar a nossa modalidade ainda mais atraente. Podemos tornar o atletismo a modalidade número um do desporto português. Para que tal se concretize é indispensável que todos, sem exceção, acreditem nessa possibilidade”;
– “Não me escuso de assumir os erros cometidos durante a minha direção, assumi cada um deles, no momento e no local certos. Não me orgulho dos erros, nem refiro quão importantes são para o progresso, mas sei, como todos sabem, que só erra quem faz e que quem mais faz mais erra”;
– “O equilíbrio de votos nas últimas eleições poderia fazer prever alguma perturbação na vida da modalidade. Todos sabem que tal não aconteceu. Orgulho-me da maturidade alcançada pela nossa família associativa. A unanimidade colhida na maior parte das decisões tomadas em assembleia geral foi um exemplo e uma referência para a vida da modalidade”.
Recorde-se que António Nobre, que foi ao longo de muitos anos vice-presidente de Fernando Mota e esteve depois no Comité Olímpico de Portugal (COP), apresentou Vicente Moura, antigo presidente do COP, como mandatário, e Susana Feitor, antiga marchadora olímpica, como vice-presidente responsável pela alta competição. Jorge Vieira sucedeu a Fernando Mota como diretor-técnico nacional e é presidente federativo desde 2012.