Uma equipa de cientistas do Instituto de Tecnologia da Flórida desenvolveu um novo método para detetar compostos dopantes em amostras de urina antes dos JO de Tóquio. Este novo método não só ajudará as agências reguladoras a detetar substâncias dopantes existentes, como também a encontrar esteroides ilícitos recém-criados, ainda não conhecidos pela Agência Mundial Antidoping (WADA),para reduzir o doping no futuro. A investigação foi apresentada na American Chemical Society.
A WADA lança todos os anos uma lista contendo todas as substâncias que os atletas estão proibidos de utilizar, incluindo esteroides. O problema é que pode ser difícil distinguir entre esteroides endógenos (aqueles criados naturalmente no corpo do atleta) e esteroides exógenos (esteroides que o atleta ingere de uma fonte externa) ao analisar uma amostra de urina. Além disso, novos medicamentos que aumentam o desempenho estão continuamente a ser desenvolvidos e muitos laboratórios não sabem como testar.
“Assim que desenvolvemos métodos para procurar drogas para melhorar o desempenho, os laboratórios clandestinos desenvolvem novas substâncias que dão aos atletas uma vantagem competitiva”, disse o Dr. Christopher Chouinard, principal investigador do projeto.
about:blank Chouinard e a sua equipa desenvolveram agora um teste que utiliza espectrometria de massa e cromatografia gasosa ou líquida que pode diferenciar entre esteroides endógenos e exógenos, enquanto também antecipa a estrutura química de potenciais compostos de aumento do desempenho no futuro. Basicamente, este teste quebra as moléculas da amostra e separa-as em fragmentos, para que as instalações do teste possam identificar o composto original intacto. Depois, os cientistas utilizam outra técnica de separação especial que lhes permite saber a diferença entre os esteroides que ocorrem naturalmente e as substâncias sintéticas que aumentam o desempenho.
A equipa também está a colaborar com outros investigadores da universidade para desenvolver técnicas de aprendizagem de máquina para prever a estrutura e outras características de esteroides novos ou futuros que a WADA ainda não conhece.
“Se pudéssemos desenvolver métodos para identificar quaisquer esteroides teóricos no futuro, poderíamos reduzir drasticamente o doping, porque seríamos capazes de detetar imediatamente essas novas espécies, sem o lapso de tempo que tem sido associado aos testes antidoping nos últimos 40 anos ”, disse Chouinard.
Esta pesquisa está a ser utilizada poucos meses antes dos JO de Tóquio e, se puder ser utilizada a tempo, poderá tornar estes Jogos, um dos mais limpos de sempre.