O recém-eleito presidente da Federação Russa de Atletismo (FRA), Pyotr Ivanov, de 50 anos, ofereceu a vice-presidência à grande derrotada nas eleições da última segunda-feira, a sprinter Irina Privalova.
“Embora sejamos rivais, trabalharemos juntos. Tenho grandes esperanças de que Irina concorde em ser vice-presidente”, disse Ivanov, que lidera a Federação Russa de Triatlo desde 2016.
Ivanov recebeu 56 votos, enquanto Privalova só teve sete, durante uma votação secreta com a presença do ministro russo dos Desportes, Oleg Matitsin.
Posteriormente, Privalova e o outro candidato nas eleições, Mikhail Gusev (10 votos), passaram a fazer parte do presidium da FRA, órgão consultivo que já inclui outro histórico do atletismo russo, o ex-varista Radion Gataullin.
Antes das eleições, Privalova admitiu que muitos dos seus colegas treinadores acreditam que a Rússia foi usada como “bode expiatório” na luta contra o doping, mas acredita que o país também cometeu erros.
“Combater o doping é difícil, mas necessário. Teremos que apertar o controlo em todos os níveis, desde os ginásios infantis. Se houver doping, devemos punir com a maior severidade possível”, disse.
A representante da World Athletics, Margarita Pajnotskaya, destacou que, embora as eleições sejam um assunto interno, a votação foi transparente.
“Começamos a trabalhar com o novo presidente”, disse ela, lembrando que nos dias 1 e 2 de Dezembro, um grupo de trabalho independente apresentará o seu relatório sobre a Rússia. Ivanov substitui Yevgueni Yurchenko, que assumiu o cargo em Fevereiro passado, mas renunciou em Julho após um novo escândalo de doping.
Em Agosto passado, a FRA pagou uma multa de 6,3 milhões de dólares após o prazo, o que asalvou de ser novamente expulsa. A Rússia espera que a World Athletics decida esta semana se autoriza dez atletas russos neutros a participarem em competições internacionais na próxima temporada.
A este respeito, Privalova afirmou que estava pessimista, sobre os dez atletas neutros russos e à decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) sobre a suspensão do desporto russo por quatro anos ordenada pela Agência Mundial Antidoping (WADA).