A concentração de sódio ideal nos fluidos do organismo é um fator essencial para muitas das funções do corpo, incluindo entre elas, a transmissão do impulso nervoso e as contrações dos músculos cardíaco e esquelético.
A perda apenas de algumas gramas de sódio ao redor das terminações nervosas e nas fibras musculares, pode ocasionar cãibras. A perda aproximadamente de 14 gramas pode resultar em consequências muito graves.
Nalgumas pessoas, 1 litro de suor pode conter cerca de 1,8 g de sódio ou mais. A sudorese pode ocorrer em quantidades de 2 litros por hora ou mais, tendo como consequência, grandes perdas de água e sódio. Uma reposição de sódio insuficiente leva a uma reidratação incompleta, que predispõe o atleta a cãibras durante os exercícios. Além disso, a ingestão excessiva de água, refrigerante ou outra bebida com teor muito baixo de sódio, praticamente não reidrata o organismo rapidamente, podendo ocasionar em algumas pessoas a hiponatremia, que pode ser fatal.
Desta forma, se uma sudorese intensa ocorre ou está prevista, a ingestão apropriada de líquidos acompanhada do aumento na ingestão de sódio pode prevenir os problemas relacionados com a deficiência de sódio. A utilização de bebidas isotónicas durante e após a prática desportiva representa um fator preventivo bastante seguro e prático, especialmente naquelas atividades de longa duração (acima de uma hora).
Desidratação e Hiponatremia
Outro aspeto fisiológico que é alvo de inúmeras pesquisas e que complementa os dados acima referidos, refere-se ao equilíbrio hidroeletrolítico gerado pela hidratação adequada durante a realização das provas longas. Sabe-se que a desidratação resultante da perda de água pelo suor, compromete o desempenho e as funções fisiológicas do organismo. Como resultado, é preciso ingerir líquidos durante o exercício para se reduzir o risco de problemas relacionados ao calor, manter as funções fisiológicas e melhorar o desempenho.
Sabe-se também que o consumo de água excessivo pode provocar um quadro conhecido como hiponatremia, patologia que ocorre quando a concentração sanguínea de sódio atinge níveis abaixo da faixa de normalidade, causando em situações extremas, edema cerebral, crises, coma e até morte. Com o objetivo de minimizar os riscos tanto de desidratação quanto de hiponatremia, o American College of Sports Medicine (ACMS) recomenda a ingestão de aproximadamente 500 ml de fluidos, aproximadamente duas horas antes do exercício e a intervalos regulares de 15 a 20 minutos, um ingestão de aproximadamente 125 ml.
Mas quem corre o risco de apresentar hiponatremia?
De modo geral, atletas que ingerem líquidos em excesso antes e durante exercícios prolongados em ambientes quentes e húmidos correm o risco de desenvolver a hiponatremia. Apesar de atletas com porte físico maior não estarem imunes à hiponatremia, atletas menores e de provas lentas que suam muito, que excretam um suor salgado e que são excessivamente cuidadosos com os hábitos relacionados à ingestão de líquidos são aqueles que correm maior risco. Um porte físico menor significa que é preciso menos fluido para diluir o fluido extracelular (FEC). Corredores de provas longas, triatletas e ciclistas têm mais tempo e mais oportunidades para ingerir líquidos em excesso.
Grandes perdas de suor e/ou suor salgado aceleram a perda de sódio. Os atletas que se preocupam em excesso com a hidratação podem acelerar a diluição do FEC, principalmente quando a água é usada como o líquido primário para a reposição hídrica. Os atletas que já começam suas atividades com hiponatremia, em função da ingestão excessiva de líquidos nos dias ou horas anteriores à competição, correm o risco de desenvolver hiponatremia ainda mais grave durante a competição porque é necessário menos fluido para fazer com que os níveis de sódio atinjam valores perigosos.