O atleta paralímpico Oscar Pistorius já cumpriu metade da pena pelo assassinato da sua companheira há dez anos, podendo sair em liberdade. Segundo Julian Knight, seu advogado, a audiência decorrerá no dia 31 deste mês.
O procedimento é automático, de acordo com a lei sul-africana, uma vez que metade da pena de prisão tenha sido cumprida. Pistorius poderá, assim, sair em liberdade no mesmo dia se a justiça considerar, em particular, que o seu comportamento como prisioneiro tem sido exemplar e que ele não representa nenhum risco para a sociedade.
Desde 2013, que o sul-africano Pistorius mantém a sua versão dos factos, nomeadamente de ter matado a sua companheira, a modelo Reeva Steenkamp, com quatro balas pela porta da casa de banho porque pensou estar a lidar com um intruso em sua casa. Inicialmente condenado a cinco anos por homicídio culposo em primeira instância, no final de 2014; depois a seis anos por atos reclassificados como homicídio, em recurso em 2016; Pistorius foi finalmente condenado a treze anos e cinco meses de prisão em 2017, na sequência de um segundo recurso provocado pelo Superior Tribunal de Justiça do país, que considerou a sentença notoriamente insuficiente.
Depois de ter desistido do exercício físico durante a prisão, pessoas próximas a Pistorius, dizem que ele se voltou para a fé e priorizou o perdão da família Steenkamp. O pai da modelo assassinada, muito religioso, oscilou entre conceder-lhe o perdão e vê-lo pagar toda a sua dívida na prisão. Conforme previsto pela justiça sul-africana, as suas comissões de reconciliação da verdade encorajam os perpetradores a reconhecer as suas responsabilidades para com as vítimas. Pistorius conheceu o pai de Reeva, Barry Steenkamp, no verão passado.
Firmemente convencida de que Pistorius matou Reeva conscientemente por raiva, a família Steenkamp recusou a restituição financeira dele em 2014. Eles esperavam um pedido de perdão por parte de Pistorius mas este manteve a sua versão acidental dos factos.