Mais uma excelente jornada para o atletismo português, a desta manhã em Torun, no Europeu de pista coberta. Patrícia Mamona não só se apurou para a final do triplo (o que era espetável) como ficou a um só centímetro do seu recorde nacional, com 14,43 no único ensaio realizado. Carlos Nascimento ficou, aqui com alguma surpresa, apurado para a final dos 60 metros, com um novo recorde pessoal de 6,62.
Patrícia Mamona esteve excelente na qualificação do triplo, apurando-se logo no ensaio inicial, com 14,43, a um só centímetro do seu recorde nacional e, curiosamente, a mesma marca que lhe deu o 4º lugar há dois anos (foi vice-campeã europeia em 2017, com 14,32). Foi a melhor da qualificação, seguida da grega Paraskevi Papahristou, que conseguiu 14,39 também no primeiro (e único) ensaio. A oitava e última atleta classificada para a final de amanhã saltou 13,99.
Carlos Nascimento foi 4º na sua série de 60 metros mas os 6,62 que realizou permitiram-lhe ser o segundo dos dois atletas repescados, mas com o sétimo tempo entre os 24 semifinalistas. Bateu o seu recorde pessoal de 6,63, que vigorava desde 2016 mas já fora igualado este ano e reforçou a sua posição de terceiro português de sempre, a seguir a Francis Obikwelu (6,53) e Carlos Calado (6,60). Correrá a final às 19.58 h de hoje. O italiano Lamont Jacobs obteve a melhor marca nas meias-finais, com 6,56. Nascimento havia sido segundo na eliminatória logo de manhã, com 6,68, igualando o seu segundo tempo da época e apurando-se diretamente para as meias-finais. Já o também sportinguista Dorien Keletele, congolês que participa como atleta refugiado, ficou aquém do que vale, gastando 6,91, um dos piores tempos das eliminatórias.
Nos 3000 m, Samuel Barata, embora naturalmente eliminado, esteve muito bem, com um recorde pessoal de 7.53,39 (baixou mais de 4 segundos), a melhor marca nacional da última década e que o coloca como terceiro português de sempre, a seguir a Rui Silva (7.39,44) e Luís Feiteira (7.50,94). Barata aguentou sempre no pelotão, onde imperava Jacob Ingebrigtsen, que não seguiu o francês Jimmy Gressier (que seria 1º) e o holandês Mike Foppen (4º) que logo se isolaram e chegaram a ter grande vantagem. Na parte final, Ingebrigtsen (e não só) recuperaram e Barata, embora cedendo (acabou em 6º lugar), fez um excelente derradeiro quilómetro, em 2.31,75 (2.42,16 e 2.39,38 nos anteriores), que lhe valeu o recorde pessoal com um tempo que o coloca como quarto entre os não apurados ou seja 16º entre os 32 concorrentes. Noutra série, Isaac Nader esteve perto do seu melhor: foi 9º com 7.58,10, a menos de um segundo do seu recorde pessoal (7.57,45 no Campeonato de Portugal deste ano). Foi o 22º no conjunto das três séries.
Esta tarde, para além da final de 60 m, com Carlos Nascimento, realizar-se-ão as de vara (F), comprimento (F), 1500 m (F), 400 m (M) e 400 m (F). Amanhã, para além das finais de triplo, com Pedro Pichardo (logo às 9.50 h) e Patrícia Mamona (às 16.20 h), estrear-se-ão as velocistas Lorène Bazolo, na 1ª série de 60 m, e Rosalina Santos, na 4ª série, sendo apuradas 24 atletas (4 primeiras de cada série mais 4 tempos) para as meias-finais, ao fim da manhã.