A 2ª jornada do Campeonato de Portugal, que se está a disputar na Maia, teve sempre bastante vento a prejudicar as marcas, de que foi exemplo o triplo, prova ganha por Patrícia Mamona com muito bons 14,75, mas com vento a mais, batendo o recorde dos campeonatos noutro ensaio (este sem vento), com 14,55. Outras marcas de relevo da jornada foram as de Cláudia Ferreira no dardo, com 52,91, e Edujose Lima no disco, com 59,51, as melhores da época. Mas houve, sobretudo, excelentes despiques…
Vejamos, prova a prova, o que se tem verificado:
110 m barreiras (M) – elim.: Vento a mais…
Ao contrário da 1ª jornada, o vento, este domingo, está favorável mas… demasiado favorável na maioria dos casos, como aconteceu nesta eliminatória e no triplo, provas que iniciaram a jornada. Ganharam as três séries Abdel Larrinaga, com 13,65 (v:+2,5), João Oliveira, com 13,63 (+2,5), e Edson Gomes, com 14,00 (+3,4). O brasileiro Gabriel Constantino, correndo extra, ganhou a 2ª serie, com 13,38.
100 m barreiras (F) – elim.: Queda de Fatumata Balde
O vento só se fez sentir na 1ª série, na qual Fatumata Baldé, que liderava, teve o azar de cair depois da última barreira, falhando assim a final. Ganharam as três séries Catarina Karas, com 14,11 (v.+2,2) e as favoritas Olímpia Barbosa, com 13,65 (+1,9), e Catarina Queirós, com 13,92 (+1,4). Recorde pessoal para Bárbara Silva, com 14,17 nesta última série.
Dardo (F): Cláudia Ferreira com a melhor marca da época (52,91)
Cláudia Ferreira foi a natural campeã do dardo, com a melhor marca nacional do ano (52,91) e três ensaios acima de 50 metros. Ganhou com seis metros de vantagem sobre Flávia Costa, que progrediu de 45,89 em 2019 para 46,69, estando à beira do top’10 nacional de sempre (é 12ª). Fechou o pódio Marlene Araújo, com 43,53 no seu único ensaio válido.
Peso (F): Jéssica Inchude… sem Auriol Dongmo
Tal como Pedro Pichardo no sábado, Auriol Dongmo foi outra atleta de topo nacional a faltar (porquê?) a estes campeonatos. A favorita passou a ser Jéssica Inchude, que ganhou folgadamente (mais de metro e meio), chegando a 17,48. Num despique cerrado para o 2º lugar, Francislaine Serra (duas vezes 15,81) derrotou Eliana Bandeira (15,72 com um único ensaio válido). A júnior Débora Quaresma foi quarta, com 13,93.
Triplo (M): Patrícia Mamona ganha 13º título com recorde dos campeonatos (14,55)
Excelente presença de Patrícia Mamona, que chegou a 14,75 e 14,63 ventosos (v:+4,0 e +4,2, respetivamente) e a 14,55 regulamentares (+1,8), recorde dos campeonatos (era de 14,42 no seu título de… há 10 anos). Prescindiu dos dois últimos ensaios. Foi o seu 13º título nacional do triplo. Susana Costa passou os 14 metros pela primeira vez esta época, com 14,12 ventosos (+2,1) e 14,03 regulares (+0,9) e Evelise continua melhor no comprimento que no triplo: 13,68 com vento (+2,1) e 13,66 (+1,9). Lecabela Quaresma ficou perto: 13,58 (+3,2)
400 m barreiras (M): Mikael Jesus português há um mês e já campeão
Dois atletas do Benfica, Mikael Jesus (52,12) e o venezuelano Lucírio Garrido (52,85), discutiram a vitória, e o primeiro, português há menos de um mês, fica com o título, seguido de André Sá, com 53,44, Paulo Soares (53,44) e do campeão de 2020, Edgar Remédios (55,06). Faltaram Diogo Mestre e Yuben Munary, outros candidatos ao pódio… pelo menos.
400 m barreiras (F): Vera Barbosa… com Juliana Guerreiro mais perto
Vera Barbosa foi a natural vencedora, com 57,51, mas Juliana Guerreiro “aproxima-se”, voltando a bater o recorde pessoal, agora com 58,12, marca que a coloca como 6ª portuguesa de sempre, a par da antigas recordistas Maria João Lopes e Maria João Valamatos e 3ª sub’23. Fechou o pódio Andreia Crespo, com 61,56, registando-se uma diferença de mais de seis segundos entre a 2ª e a 4ª classificadas…
1500 metros (M): Isaac Nader muito superior e… sozinho
Excelente forma de Isaac Nader, que, face à lentidão da prova (apear das “lebres”), se isolou aos 700 metros e rapidamente ganhou vantagem (cinco segundos no final), chegando com 3.41,06, contra 3.46,34 de Nuno Pereira e 3.46,76 de Hugo Rocha, com Miguel Moreira perto (3.47,18).
1500 metros (F): Marta Pen derrota Salomé Rocha por 28 centésimos
Grande (e esperado) despique entre Marta Pen (4.10,36) e Salomé Afonso (4.10,64), com vitória da benfiquista. Mais atrás, “noutra” corrida, Camila Gomes conseguiu o 3º lugar, com 4.25,46, mínimo para o Europeu de Juniores, à frente de Margarida Silva (4.26,00).
Martelo (M): Rúben Antunes ameaça recorde sub’23
Sem António Vital Silva nem Décio Andrade, tudo foi simples para Rúben Antunes que não só ganhou com boa vantagem (5m) como bateu o seu recorde pessoal, de 71,05 para 71,66, continuando 4º português de sempre e aproximando-se a menos de um metro do recorde nacional sub’23 de Vítor Costa (72,32). Miguel Carreira foi segundo, com 66,65, e o júnior (de 1º ano) Francisco Pereira progrediu de 50,28 para 53,74.
110 m barreiras (M): Larrinaga (13,63) derrota João Oliveira (13,68)
Emocionante o despique entre Abdel Larrinaga (vencedor com 13,63) e João Oliveira (2º com 13,68), com ambos a lançarem-se sobre a meta e o benfiquista até a cair. Mas o vento, a +3,1 impede a homologação das marcas. Edson Gomes completou o pódio, com 13,93.
100 m barreiras (F): Catarina Queirós excelente
Bom despique entre a progressiva Catarina Queirós, que melhoraria o recorde pessoal para 13,39 não fora o vento (+3,7) e Olímpia Barbosa, que não conseguiu confirmar o favoritismo (13,57). Catarina Karas fechou o pódio, com 13,90.
200 metros (M): André Costa campeão por um centésimo
Também emocionante foi a final de 200 metros, com André Costa a derrotar Rafael Jorge por um centésimo (21,35 e 21,36), embora com o vento a +3,2 m/s. Delvis Santos fechou o pódio, com 21,62, menos quatro centésimos que Ericsson Tavares.
Altura (M): Barreto ganhou com desistência de Baldé
Depois de três saltos , foi encontrado o campeão do salto em altura. Gerson Baldé, o favorito, e Francisco Barreto passaram ambos 2,13 à terceira e falharam 2,16, tendo, cada um, um derrube anterior a 2,07. No desempate, falharam ambos 2,16, 2,13 e 2,10 (!), após o que Baldé anunciou a desistência e Francisco Barreto pode festejar a vitória.
Vara: Marta Onofre começou quando as outras acabaram…
Quando Raquel Marques, que passara 3,60 (recorde pessoal) falhou 3,70 e se classificou em 2º lugar, Marta Onofre iniciou a prova, passando 3,90 (e ficou campeã) e 4,10 e falhando 4,25 que seria a melhor marca nacional do ano. Sofia Carneiro fechou o pódio (3,40).
Comprimento: André Pimenta repete título de pista coberta
Depois de surpreender no Nacional de pista coberta, que ganhou com um então surpreendente recorde pessoal de 7,67, André Pimenta repetiu o feito ao ar livre, sagrando-se campeão nacional com 7,57 (v:+3,4) ao 5º ensaio, ultrapassando Ivo Tavares, líder desde início com 7,52 (+2,4), e Marcos Chuva, com 7,43 no 4º ensaio e 7,57 no último (v:+1,8).
200 metros (F): Bazolo ganha segundo título
Com Arialis Martinez ausente, foi com alguma facilidade que Lorène Bazolo (23,53) juntou o título de 200 ao de 100 m. Gorete Semedo (23,90) foi segunda mas é são-tomense, pelo que a vice-campeã nacional foi Catarina Lourenço (24,73) e a terceira Sofia Duarte (25,55). O vento, esse, foi mais uma vez excessivo: +3,2 m/s.
Disco (M): Edujose Lima ganha no ensaio final
Outra prova emocionante. Edujose Lima abriu melhor que Emanuel Sousa: 58,18-58,01 no 1º ensaio; 58,74-58,01 no 2º. Depois, no 5º, Emanuel passou para a frente com 58,85. Mas, no último ensaio, Edujose melhorou para 59,51 e ganhou. Melhores marcas nacionais do ano para ambos e recorde pessoal para Emanuel Sousa (tinha 58,67), agora 7º português de sempre e a menos de um metro do recorde nacional sub’23 de… Edujose Lima (60,83). Completou o pódio Mykyta Sudashov, com 51,84.
3000 m obstáculos (M): Etson Barros derrota André Pereira
Bom despique entre Etson Barros e André Pereira, que o primeiro ganhou por 35 centésimos (8.50,08-8.50,43), ultrapassando o seu adversário nos últimos metros. Bom despique ainda pelo terceiro lugar, entre Fernando Serrão (8.58,91) e Miguel Mascarenhas (9.02,60).
3000 m obstáculos (F): Joana Soares naturalmente
Sem surpresa, Joana Soares sagrou-se campeã, com 10.04,82, seguida da veterana (quase 43 anos!) Clarisse Cruz, com 10.12,12 e só 18 segundos, Bárbara Neiva, com 10.30,48.
4×400 metros (M): Grecas campeão com J Vidigalense desclassificado
A J. Vidigalense ganhou, destacada, mas acabou por ser desclassificada e o título foi para o Grecas, com 3.23,71, seguido do Lusitânia de Lourosa (3.38,17). O Maia AC foi igualmente desclassificado. Benfica e Sporting mais uma vez ausentes, desvalorizando títulos nacionais…
4×400 metros (F): GR Eirense campeão
Mesmo com mais de quatro minutos (4.00,89), a equipa do GR Eirense sagrou-se campeã, à frente do CF Oliveira do Douro (4.03,33) e da J Vidigalense (4.06,35).