Paula Radcliffe, ex-recordista mundial da maratona, deu uma entrevista no Quénia em que o tema foi o doping. Na sua opinião, a luta contra o doping não será vencida se o foco for apenas os atletas e não os verdadeiros desordeiros.
Ela observou que os agentes e dirigentes, na maioria dos casos, levam os atletas ao limite, obrigando-os a consumir substâncias ilegais apenas para saciar a sua fome de dinheiro.
“Devemos enfrentar os agentes e managers, pois são eles que ganham mais dinheiro com os atletas”, disse Radcliffe.
“Eles são a maior parte do flagelo do doping, pois pressionam os atletas, alguns deles jovens, a tomar drogas para melhorar o desempenho.”
Radcliffe disse que os atletas afetados têm que pagar caro, sofrer e cair em desgraça enquanto os agentes levam todo o dinheiro.
No entanto, Radcliffe reconheceu que o doping tornou-se um assunto complexo que exigirá uma abordagem adequada, especialmente quando se trata da parte educacional dos atletas.
“Precisamos de começar a educar os jovens atletas sobre os perigos do doping e que ainda se pode vencer sem usar substâncias ilegais”, disse Radcliffe, acrescentando que quando ela começou a sua carreira, o doping estava lá, mas todos sabiam que era errado.
“Hoje, os atletas também recebem a justificação de que o doping está certo porque alguns atletas o fazem. Isso nunca pode ser assim, já que nem todo o mundo se droga ”, disse Radcliffe, explicando que o mundo deve dizer aos atletas que estão a iniciar-se agora, de que o doping é batota e é mau.
Radcliffe explicou que o doping priva os atletas genuínos do seu momento de glória e oportunidade. “Ao dopar-se, ele também se está a privar de saber o quão bom pode ser. Ele pode orgulhar-se de possuir algo que não pertence a si”, disse Radcliffe.