Paula Radcliffe mostra-se preocupada com a preparação olímpica dos atletas para Tóquio. Segundo ela, os atletas devem ter cuidado para não treinar em excesso antes de chegar à capital nipónica.
Radcliffe, que trabalhará nos Jogos Olímpicos como comentarista, acredita que este é um momento nervoso para os atletas envolvidos. Ela prevê um conjunto de vencedores diferentes dos que poderíamos ter visto se os Jogos se tivessem disputado no ano passado.
Radcliffe acrescentou: “Lembro-me de dizer aos atletas nesta época do ano passado, quando estávamos todos naquele estágio de esperança em que pensámos que isto duraria alguns meses e o mundo voltaria ao normal, as pessoas que lidaram com a incerteza e foram capazes de aproveitar cada dia de cada vez, para fazer o que podiam e não se stressaram sobre o que elas não poderiam fazer, seriam as pessoas que teriam sucesso em Tóquio”.
Radcliffe venceu as Maratonas de Londres e de Nova York por três vezes e foi a recordista mundial da maratona durante 16 anos. No entanto, ela nunca conseguiu conquistar uma medalha nas quatro edições dos Jogos Olímpicos em que participou. O melhor que ela conseguiu foi um quinto lugar.
Quando os JO de Tóquio começarem, será graças a um esforço organizacional muito maior do que o normal devido à pandemia. Radcliffe tem esperança de que estes Jogos sejam livres de doping, mas teme que a pandemia do coronavírus possa permitir potenciais fraudes de doping a passarem pelo radar.
“Eu adoraria que um dia houvesse uma Olimpíada completamente livre de doping, completamente livre de batota”, disse Radcliffe.
“Acho que estamos a chegar lá, mas infelizmente, acho que ainda não chegámos lá. Acho que haverá gente a fazer batota em Tóquio e haverá gente a escapar impune por causa da pandemia. As autoridades dos testes antidoping não têm sido capazes de fazer tão bem o seu trabalho como fariam normalmente”.