Pedro Queirós foi notícia nos últimos dias na comunicação social por um feito notável. Ele começou a correr em 25 de abril e só parou em 3 deste mês. Lisboa foi o ponto de partida e o campo de concentração de Auschitz a meta.
Pedro Queirós propôs-se correr 100 maratonas mas acabou por fazer 101. Foram mais de 4.200 quilómetros em 100 dias a “correr pela paz”, com objetivos sociais bem definidos.
“Quando me propus a chegar ao campo de Auschwitz, foi porque já tinha subido ao topo do Evereste (em 2022). Neste manifesto pela paz, propus-me a chegar ao lugar onde a humanidade bateu mais fundo na sua história mais recente. Na minha opinião, esse lugar é o campo de Auschwitz”, disse ele à Lusa.

“Fui recebido pela administração do campo e convidado a visitar a entrada do mesmo. Grato por esta honra e por toda a equipa que me acompanhou ao longo dia de hoje.
Sinto uma grande felicidade por ter cumprido e até superado o plano das maratonas. Agora só falta os donativos, cujo número só vou divulgar no dia 15 de agosto, mas que à data de hoje ainda não alcançamos”.
À chegada ao aeroporto de Lisboa, desafiou quem quis alinhar com ele em mais 7 km até ao Terreiro do Paço. Foram algumas dezenas, aqueles que o acompanharam.
Manifesto pela paz
No seu Manifesto pela Paz, escrito antes do início das suas 101 maratonas, podemos ler:
Vocês sentem o que eu estou a sentir?
Medo, prepotência, ódio e extremismo. É este o legado que queremos deixar aos nossos filhos? Quando eu era mais novo, havia a convicção de que o futuro seria um lugar mais risonho. Os jovens de hoje dificilmente poderão afirmar o mesmo.
Há dez anos, no dia 25 de abril de 2015, senti o chão a tremer em Kathmandu, capital do Nepal. A cidade foi atingida por um violento terramoto de 7.8 na Escala de Richter e, em escassos segundos, milhares perderam a vida e viram os sonhos soterrados.
Mas dos escombros nasceu uma missão humanitária que dura até aos dias de hoje.
Na altura, arregacei as mangas, e acompanhado por centenas de doadores e voluntários, ajudei a alimentar milhares de pessoas, participei na construção de casas e auxiliei na fundação do Campo Esperança, um novo lar para trezentas vítimas da tragédia.
Numa das ocasiões em que fomos entregar comida, uma criança suja e faminta aproximou-se de mim, puxou-me pelo braço e perguntou:“Vocês Voltam Amanhã?” Passado uma década, estas três palavras continuam a ecoar na minha mente.
Sim. Voltarei hoje, amanhã e sempre.
Nos últimos anos, entreguei-me de corpo e alma às crianças do Nepal e fundei um projeto solidário chamado Dreams of Kathmandu. Um hino à transparência, coragem e honestidade. 100% das doações recolhidas são entregues às famílias envolvidas na causa.
Para garantir a viabilidade do projeto, criei o conceito de Aventuras Humanitárias: uma fórmula mágica que consiste em superar grandes obstáculos, ao mesmo tempo que recolho fundos junto da minha comunidade mais próxima.
Entre outras iniciativas solidárias, já escalei o Monte Evereste, atravessei o Japão a correr e fiz uma caminhada de 1200 quilómetros pela Índia.
A minha meta é recolher donativos para apoiar duas causas nobres:
- 50.000€ para erguer de raiz, uma escola no Nepal, em parceria com o projeto Dreams of Kathmandu.
- 50.000€ para apoiar iniciativas empenhadas na promoção da paz entre Israel e a Palestina, nomeadamente a Hand in Hand e a Combatants for Peace