(Foto FPA)
Excelente o concurso do triplo salto do Mundial de Doha, com Pedro Pichardo como principal vítima, pois perdeu o terceiro lugar no último ensaio, por escassos quatro centímetros (17,66-17,62). Em 17 edições do Mundial, nunca houve um 4º lugar com tão boa marca (antes, a melhor era de 17,59 com vento, em 1995, e regular em 1997). E apenas nesta última edição (Atenas’1997) os 16,62 de Pichardo não dariam para o pódio (por 2 cm). Nas duas anteriores edições, Nelson Évora foi terceiro com 17,52 em Pequim’2015 e 17,19 em Londres’2017.
Com 17,62 no 4º ensaio, Pichardo obteve a melhor marca da época (tinha 17,53 em Londres, na Liga de Diamante), mas aquém do seu recorde nacional de 17,95, na Liga de Diamante de 2018, precisamente em Doha.
Neste concurso, começou bem, com 17,46, colocando-se em 2º lugar. Melhorou para 17,49 no 3º ensaio, mas desceu para terceiro. E fez os melhores saltos nos 4º (17,62) e 5º ensaios (17,60), mas sem melhorar a classificação. Entretanto, Christian Taylor, que começara mal o concurso (dois nulos e 17,42), passou a liderar, com 17,86 no 4º ensaio e 17,92 no 5º, e Will Claye, que abriu com 17,61 e 17,72 (era 1º), fez duas vezes 17,74 (4º e 5º ensaios), garantindo a medalha de prata. O último ensaio foi terrível para Pedro Pichardo, já que Hugues Zango (Burkina Faso) melhorou o recorde pessoal de 17,50 (desta época) para 17,66 (recorde de África) no último ensaio, passando para terceiro. E Pichardo não conseguiu responder, ficando-se pelos 17,00 no último ensaio. Um 4º lugar desesperante!… O (distante) quinto lugar foi conseguido pelo cubano Cristian Nápoles, com 17,38.
Os ventos foram medianamente positivos: +0,9 para os dois primeiros, +0,5 para Zango e +0,1 para Pichardo.
Recorde-se que, enquanto ainda cubano, Pichardo foi 2º em Moscovo’2013, com 17,68, e em Pequim’2015, com 17,73. Taylor conseguiu o seu quarto título (2011, 2015, 2017 e 2019), a que junta as vitórias olímpicas de 2012 e 2016. Will Claye somou o quarto segundo lugar entre Mundiais (2017 e 2019) e Olímpicos (2012 e 2016), para além de três terceiros lugares (Mundiais de 2011 e 2013 e Olímpico de 2012).
Ana Cabecinha (9ª) pela quinta vez no top’10
Depois de ser sucessivamente 6ª, 7ª, 4ª e 6ª nos últimos quatro Mundiais – excelente conjunto! – Ana Cabecinha não esteve tão bem em Doha, sendo 9ª nos 20 km marcha, realizados debaixo de muito difíceis condições atmosféricas. Ela fez 24.05+24.00+24.11+24.15 por cada légua, revelando grande regularidade, que lhe permitiu ganhar dois lugares nos últimos 5 km. A espanhola Maria Perez, 8ª (e melhor europeia), gastou menos 48 segundos.
Grande superioridade chinesa, cujas três melhores atletas ocuparam os três lugares no pódio, com destaque para a campeã olímpica Hong Liu, que gastou 1.32.53, sagrando-se campeã mundial pela 3ª vez (2011, 2015, 2019), sendo segunda em 2009 e 2013. Shenjie Qieyang foi 2ª com 1.33.10 e Liujing Yang terceira com 1.33.17. Uma quarta chinesa (Liujing Yang) andou também na frente mas acabou desclassificada já na parte final. A brasileira Erica de Sena foi quem mais resistiu, mas acabou por ceder e terminar em 4º lugar, com 1.33.36.
É 6ª, 7ª*, 4ª e 6ª.
*É 7ª em 2013 porque foi desclassificada a atleta russa (Anisya Kirdyapkina)
https://www.iaaf.org/competitions/iaaf-world-championships/14th-iaaf-world-championships-4873/results/women/20-kilometres-race-walk/final/result
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