A polícia espanhola desmantelou um enorme laboratório de esteroides anabolizantes e outros produtos dopantes. Essa operação, iniciada no final de 2018, resultou recentemente na prisão de 21 pessoas e na apreensão de 3 milhões de doses de produtos. O laboratório tinha capacidade de produção de 1.000 quilos de produtos proibidos por ano, um recorde na Europa!
Foi necessária uma investigação muito longa da polícia espanhola, realizada em colaboração com a AEPSAD, a agência espanhola para a proteção da saúde no desporto, para levar ao final de Abril de 2021 o desmantelamento deste enorme laboratório descoberto em Valdepeñas, perto de Ciudad Real ao sul de Madrid.
A polícia espanhola forneceu muitos detalhes sobre esta operação através do seu site , e os números revelados testemunham a importância desta rede. As investigações descobriram 3 milhões de doses de produtos e 65 quilos de princípios ativos, o que poderia possibilitar o fabrico de 38 milhões de doses. A polícia estimou a capacidade de produção do laboratório em mais de 1.000 quilos de produtos proibidos por ano, anabolizantes, pépticos, hormónios. É um recorde para a Europa!
Esta enorme captura demonstra a dimensão deste mercado de produtos dopantes, que evoluiu em osmose com o tráfico de drogas e que se irradiou por toda a Espanha, com estabelecimentos comerciais também localizados em Cádis, Almeria, Castellón e Málaga.
A investigação revelou uma organização muito bem estruturada, que construiu um verdadeiro “abastecimento” de produtos proibidos. Foram criados 30 tipos diferentes de produtos, duas marcas específicas, e também preparavam misturas de medicamentos em seringas para entrega direta.
Uma falsa médica prepara as injeções
Os dois chefes dessa rede distribuíam esses produtos em locais que pareciam negócios legais, como lojas de nutrição ou ginásios. O sistema assentava em “tenentes” encarregados da distribuição e dos contactos com as várias células. E também utilizou testas de ferro, que eram trocados regularmente, e que recebiam o material e os princípios ativos necessários para o fabrico dos medicamentos, da China, Holanda e Reino Unido.
Tal decisão confirma a enormidade desse mercado ilícito, que não diz respeito apenas ao desporto. Em Cádis, por exemplo, a mãe da dona de um ginásio chegava ao ponto de se apresentar como médica aposentada, preparava os “combos” de drogas, anabolizantes ou outros, para injetá-los em clientes. Não eram apenas atletas, alguns procuravam-na para tratamentos cosméticos ou contra a dor.
No entanto, esses medicamentos produzidos dessa forma não apresentam nenhuma garantia, e a investigação mostrou que na garagem de Valdepenas, os comprimidos foram fabricados sem medidas sanitárias.