A primeira maratona olímpica disputada em Atenas no ano de 1896, teve a distância de 40 quilómetros. A prova foi feita em homenagem ao mensageiro grego Fidípides. Em 490 a.C., ele teria corrido da planície de Maratona até Atenas para avisar que o exército persa tinha sido derrotado pelos soldados gregos. Fidípedes percorreu então 40 quilómetros.
A maratona que conhecemos hoje foi uma invenção do Barão de Coubertin, que acatou a sugestão de um amigo, o linguista Michel Bréal. Foi então que o trajeto de Fidípedes, um evento marginal que nem sequer foi registrado pelo historiador Heródoto, se tornou mundialmente famoso.
Em 1896, treze corredores gregos e quatro estrangeiros foram levados até à planície de Maratona em carruagens. De noite, houve festa e beberam muito vinho. No dia seguinte, pela manhã, cada um bebeu duas cervejas e ainda leite. Partiram então até ao estádio Panatenaico, em Atenas. Foram acompanhados por homens de bicicleta e por soldados a cavalo.
“Os primeiros praticantes da maratona introduziram um tipo diferente de movimento. Numa época em que os corredores competitivos raramente passavam das 5 milhas (8,045 km), e num tempo em que o conhecimento do corpo humano era primitivo, eles foram pioneiros da resistência”, escreveu o jornalista David Davis, no livro Showdown at Shepherd´s Bush. Os corredores eram vistos como super humanos, loucos ou ambos. “Os sapatos eram tão finos que meras faixas de couro separavam os seus pés sangrentos das superfícies irregulares de pedra”, escreveu Davis.
Depois, os Jogos Olímpicos de 1900 disputaram-se em Paris com a maratona a ter a distância oficial de 40,26 km. Seguiram-se em 1904, os Jogos Olímpicos de Saint Louis (EUA), onde a maratona teve 40 km.
42,195 km pela 1ª vez em Londres
Em 1908, os Jogos Olímpicos tiveram lugar em Londres. Andrew Jackson, um funcionário público, foi o responsável pelo traçado do percurso da maratona. Ele deveria evitar as avenidas mais movimentadas da cidade e terminar o percurso no estádio White City, que estava a ser construído para esse fim. No total, o percurso deveria ter 40 km.
Mas Jackson teve a ideia de colocar a partida no Castelo de Windsor, a casa oficial da família real britânica. Para o secretário, o importante era o valor simbólico. Após conseguir a permissão do Rei Eduardo VII, a competição foi marcada. Ao conferir a distância com uma roda de medição e um pedómetro, ele chegou aos tais 42,195 quilómetros.
Nos Jogos seguintes disputados em Estocolmo em 1912, a maratona teve 40,2 km.
Em 1920 e depois da I Guerra Mundial, os Jogos Olímpicos disputaram-se em Antuérpia com a maratona a ter 42,75 km.
Como podemos ver, a maratona não tinha uma distância certa. Até que em 1921, para evitar variações ainda maiores, padronizou-se “a distância de Londres”: 42,195 km. A partir dos Jogos de 1924, em Paris, a maratona passou a ter sempre a distância de 42,195 km.