(Equipa feminina que venceu em 2014)
Recordes coletivos são portugueses
Portugal, com 14 vitórias (10 das quais no setor feminino), e Espanha, com 11 (8 no masculino), têm dominado a Taça da Europa de 10.000 metros (inicialmente Challenge Europeu), competição iniciada em 1997 e que tem este sábado a sua 21ª edição, em Minsk (Bielorrússia). A sua criação foi bastante influenciada pelo êxito do Troféu Ibérico que teve seis edições anteriores. Em 20 competições realizadas, a Espanha soma um total de 30 medalhas coletivas, mais duas que Portugal, surgindo a Itália, com cinco títulos e um total de 20 medalhas, na terceira posição.
Embora a competição seja essencialmente coletiva, não deixa de ser curioso referir que a Espanha soma dez vitórias individuais (das quais oito nos homens) e Portugal tem sete (seis nas mulheres). Foram vencedores nacionais, Fernanda Ribeiro (1998 e 2003), Inês Monteiro (2009 e 2010), Sara Moreira (2011 e 2012) e Youssef el Kalay (2011).
A superioridade ibérica, no entanto, já foi maior. A Espanha ganhou a competição masculina seis vezes nos primeiros 11 anos e não vence há quatro (desde 2012). Portugal ganhou sete vezes a competição feminina nas primeiras nove edições, mas desde 2010 só venceu em 2014. Itália (três vitórias masculinas nos quatro últimos anos) e Grã-Bretanha (três femininas nos últimos cinco) têm-se destacado ultimamente.
Nível a baixar bastante
Nítido é o abaixamento de nível da competição. Em termos de equipas classificadas, o número máximo continua a ser de 15 (8 masc.+7 fem.), em Lisboa’2000, mas nos últimos anos houve registos muito maus: apenas cinco equipas classificadas em 2005 e 2007 (3 masc.+2 fem.) e ainda 2013 (2 masc.+3 fem.). E, em 2008, com a desclassificação de duas atletas turcas (por doping), a Bielorússia foi a única formação feminina com três atletas!
Mais saliente, ainda, a crise de resultados. Não é apenas em Portugal que o meio-fundo/fundo se ressente. As melhores marcas da Taça da Europa são dos primeiros anos. Vejamos:
Masculinos (ind.): Fabian Roncero ESP 27.14,44 (1998), seguido de António Pinto POR 27.15,36 nesse mesmo ano, em Lisboa. Com vencedores abaixo dos 28 minutos houve 12 edições: as sete primeiras e 11 das 14 primeiras. Nas últimas seis (desde 2011), apenas uma…
Femininos (Ind.): Elvan Abeylegesse TUR 30.21,67 (2006, na primeira das suas três vitórias consecutivas, embora tivesse sido posteriormente desclassificada por doping na terceira…). Ainda a menos de 31 minutos, apenas Fernanda Ribeiro POR 30.48,06 em 1998, à frente de Paula Radcliffe GBR 30.48,58, e esta com 30.40,70 em 1999. Registaram-se tempos acima de 32 minutos em 2004, 2013 e 2015 e acima de 33 minutos em 2016!
Masculinos (eq.): Portugal detém o tempo-recorde (soma das marcas de três atletas), com 1h22m46,26s, média de 27.45,32! Foi em Lisboa’1998, com António Pinto, Domingos Castro e Paulo Guerra. Na casa da 1h23m, há ainda registos de Portugal em 1997 e Espanha em 1999 e 2005. Desde 2006, em 11 edições, apenas uma vez se baixou de 1h25m (Espanha em 2012) e em quatro ocasiões a equipa campeã gastou mais de 1h26m!
Femininos (eq.): Portugal, com Dulce Félix, Ana Dias e Fernanda Ribeiro em 2009, detém o melhor tempo de sempre: 1.34.57,71 (média: 31.39,24). E tem ainda os outros três melhores tempos, três dos quais na casa da 1h35m. Em 2013 e 2016, as equipas vencedoras somaram mais de 1h42m!…