Por ano, morrem em todo o mundo cinco milhões de pessoas de forma prematura devido à falta de exercício
O Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física foi criado em 2016 e tem como documento orientador a Estratégia Nacional para a Promoção da Atividade Física, Saúde e Bem-Estar.
Os Paços do Concelho de Lisboa acolheram ontem a sessão de apresentação do Relatório Anual de 2018, elaborado pela Direção Geral da Saúde.
Segundo o Relatório, a maioria dos portugueses não cumpre as recomendações internacionais para a prática de atividade física, o que coloca Portugal entre os 11 países mais sedentários do mundo.
Em 2017, apenas 5% dos portugueses fazia desporto de forma regular, contra 74% que nunca ou raramente praticava, um aumento de 8% nos últimos 8 anos.
Mais doenças por falta de exercício físico
Quanto a implicações para a saúde, a falta de exercício é responsável por 15% da incidência de cancro do cólon, 14% de cancro da mama, 11% de diabetes tipo 2 e 8% de doenças cardiovasculares.
As mulheres são mais sedentárias do que os homens e a falta de tempo é a principal justificação para o sedentarismo, seguida da falta de interesse ou motivação e dos custos associados à atividade física.
O Relatório Anual revela ainda que os adultos menos ativos faltam mais vezes ao trabalho e gastam mais dinheiro em cuidados de saúde. As autoridades estimam que a falta de exercício físico custe entre 150 a 300 euros anuais, por cada cidadão Europeu.
Por ano, morrem em todo o mundo cinco milhões de pessoas de forma prematura devido à falta de exercício.
Programa de atividade física no Serviço Nacional de Saúde
Para pôr os portugueses a praticar exercício, o Serviço Nacional de Saúde inaugurou ontem vários projetos-piloto para testar, durante os próximos 12 meses, o impacto do exercício físico na prevenção e tratamento de doenças crónicas.
Estarão envolvidas 14 unidades de saúde de todo o país, mais de 100 profissionais e cerca de 3.000 utentes. A intervenção multidisciplinar é coordenada por um médico com formação adicional em medicina desportiva, em colaboração com um profissional do exercício físico, e contará também com o envolvimento de outros profissionais como nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e enfermeiros.