Portugal terminou a sua presença no 17º Campeonato do Mundo da história com uma brilhante (e surpreendente) medalha de prata conseguida por João Vieira (43 anos!), mais dois lugares de finalista – Pedro Pichardo, que foi semi-desilusão, e Patrícia Mamona, com presença positiva – e mais três de semi-finalista, embora apenas de Ana Cabecinha se possa dizer que regressou satisfeita. Em mais de metade das presenças, (8 em 15) Portugal ficou no último terço das classificações.
Foi, pois, modesta, no seu conjunto, a presença nacional, já que apenas três dos 15 atletas terão saído satisfeitos de Doha e os 13 pontos alcançados com base nos oito primeiros ou os (mais expressivos) 49 pontos da pontuação dos 16 primeiros colocam esta presença portuguesa num patamar modesto… principalmente se considerarmos que boa parte dessa pontuação (5 dos 13 e 13 dos 49 pontos) se devem a Pedro Pichardo, que não reflete o atletismo nacional. Em 17 Mundiais, estas foram, respetivamente, as 11ª e 10ª pontuações. E se considerarmos as 10 últimas (desde 2001), foram a 6ª. Sem Pichardo, estas seriam as mais fracas pontuações de sempre…
A grande figura da seleção portuguesa foi João Vieira, com um 2º lugar absolutamente imprevisível. Fez uma prova muito inteligente, cautelosa face às condições atmosféricas, e mostrou estar em grande forma apesar dos seus 43 anos de idade e quase 30 de atletismo! Pedro Pichardo ficou à beira do pódio no triplo, o objetivo mínimo tornado bem difícil dado o nível da prova, o mais elevado de sempre. Pela primeira vez, os 17,62 que alcançou foram insuficientes para uma medalha. Satisfeita ficou certamente Patrícia Mamona, com o seu bem honroso 8º lugar. Apesar de ter ficado um pouco aquém do seu melhor, muito dificilmente atingiria o pódio, embora pudesse ter ganho dois ou três lugares. Quanto a Ana Cabecinha, voltou a ficar no top’10 dos 20 km marcha (6ª-7ª-4ª-7ª-9ª nos cinco últimos Mundiais!), com um 9º lugar que tem o inconveniente único de não ser “lugar de finalista”. Há depois, dois 15º lugares (de semifinalistas) mas bem pouco expressivos. Nelson Évora fiou bem aquém da sua valia (e dos 17 metros) e Mara Ribeiro, embora com o mérito de terminar os 50 km marcha disputados em criticáveis condições atmosféricas (como as maratonas e as outras provas de marcha), ficou num dos últimos lugares.
Tal como Évora e Mara, todos os restantes nove atletas nacionais ficaram bem aquém da sua valia e com classificações modestas, no último terço das classificações, com duas exceções: Salomé Rocha, com uma louvável “teimosia” de terminar a maratona, e Evelise Veiga. Referência especial para a desistência de Inês Henriques nos 50 km marcha, prova na qual era candidata a medalha.
Embora a pontuação com base nos 16 primeiros de cada prova seja mais significativa para o atletismo nacional, refira-se, a terminar, que os 13 pontos conseguidos na classificação oficiosa dos 8 primeiros deram a Portugal um 31º lugar que só em dois Mundiais foi pior: 34º em Paris’2003 (9 p.) e 40º em Moscovo’2013 (8 p.)…
O balanço geral foi negativo…
Segundo o diretor técnico ‘responsável’ foi uma prestaçao muito positiva, argumentando que outros países com maior investimento e estrutura da modalidade tiveram pior prestação!
Segundo o pessoal ‘ligado’ á modalidade todos os atletas estão de parabéns porque deram o seu melhor!!!
Realmente neste contexto dificilmente se conseguirá melhor!!! É o país e a mentalidade que temos!
Afinal não fui o único a ter mesma impressão que o Arons e olhe que por ter dito muito menos do que este artigo do Arons, fui completamente cilindrado…só chego à conclusão que é um país em que não há mesmo gente a gostar desta modalidade!!!
O presidente da FPA ficou satisfeito. Para a próxima é levar mais uns naturalizados à pressão.
Comitiva reduzida, quase a tudo se ficou pelas eliminatórias. Mas há quem tenha feito pior. Assim, sim