Todos sabemos como as temperaturas extremas afetam o desempenho nas provas de longa distância. Quem corre num dia quente de verão pode confirmar tal realidade. Vimos por exemplo os efeitos das altas temperaturas na maratona olímpica disputada o ano passado em Sapporo, com um elevado número de desistências.
Também nas maratonas de Chicago e Berlim, disputadas pouco depois, com temperaturas muito superiores ao habitual.
Mas até que ponto, a temperatura afeta o desempenho da maratona? Investigadores europeus analisaram recentemente milhares de resultados de provas para determinar qual a temperatura ideal para correr uma maratona rápida e em que ponto a temperatura começa a desacelerar.
A melhor temperatura da maratona é…
De acordo com a investigação, se um corredor quiser correr uma maratona rápida, deve fazê-lo num dia entre 10 e 17,5ºC. Os investigadores determinaram este número a partir da análise de 1.258 provas realizadas entre 1936 e 2019 (incluindo a maratona, 20 km marcha, 50 km marcha, 10.000 m, 5.000 m e 3.000 m) e comparando os resultados com os dados meteorológicos de estações meteorológicas próximas.
Para cada grau (Celsius) fora da faixa da temperatura ideal, o desempenho diminuiu cerca de 0,3 a 0,4 por cento. Os investigadores apontaram que mais de um quarto das provas analisadas, foram realizadas em moderado, alto ou extremo. Este número aumentou para metade quando foram retiradas as maratonas da análise.
Como é evidente, não se pode controlar o clima no dia da prova. Mesmo uma maratona disputada no outono pode muito bem ser mais quente do que o esperado, como vimos o ano passado em Berlim e Chicago. Um dia mais quente não significa que não se possa ter um bom desempenho, mas é importante perceber como o calor afeta o desempenho e a saúde, ajustando as suas expetativas no dia da prova quando aumentar a temperatura.