Do trail ao salto em altura, nenhuma disciplina de atletismo parece a salvo do doping no Quénia. A Agência Antidoping do país divulgou recentemente os nomes de cerca de vinte atletas que suspendeu, em alguns casos por meses, e que ainda não eram conhecidos: são 15 atletas, três fisioculturistas, um jogador de futebol e um judoca.
A grande novidade desta vez, é ser o próprio país a anunciar os casos de doping e não a World Athletics.
Entre as atletas agora anunciadas, está Esther Chesang, que estava suspensa desde 11 de maio e, que mesmo assim, poucos dias depois, foi sétima na Maratona de Estocolmo e no verão, venceu a Sierre Zinal e a maratona do Salomon Ultra Pirineu. Ela testou negativo no final da Sierre Zinal mas não deveria ter corrido a prova se a Agência Antidoping do Quénia tivesse comunicado a sua prévia suspensão. Chesang foi entretanto expulsa em outubro do Sky Runners Project Kenya, a equipa de pioneiros do trail no Quénia,quando souberam do problema.
Da lista agora anunciada, fzem também parte, Mark Kangogo, vencedor da mesma edição da Sierre Zinal, Samuel Lomoi, maratonista com um recorde pessoal de 2h09m e segundo no ano passado em Florença, apesar de suspenso desde novembro de 2021, e Mathew Sawe, um saltador com 2,30 m e bicampeão africano, que não competia desde a sua suspensão provisória em julho.
Michael Saruni também faz parte da lista de atletas suspensos, que com 1.43,98 em 2019, é o terceiro homem mais rápido da história nos 800 m na pista coberta. Georgina Jepkirui Rono, de 42 anos, está suspensa apesar de não ter terminado uma prova nos últimos três anos. Rono foi terceira na Maratona de Boston em 2012.
Alice Aprot, quarta classificada nos 10.000 m dos JO do Rio de Janeiro, foi suspensa no dia 14 de julho por tomar um modulador metabólico. A atleta, terceira classificada nos 10 km de Jaén em 2022, não compete desde essa data. Enquanto isso, Erick Kumari Taki, que em 2016 foi campeão mundial Sub-18 e Sub-20 nos 1.500 m e representante do Quénia no Mundial de Eugene, foi suspenso em 18 de agosto por ter tomado EPO.
A sequência de sanções é estendida a Gloria Kite, segunda nos 10 km de Valência em 2019, devido à presença de esteróides anabolizantes; Stellah Barsosio, vencedora da Maratona de Roterdão em 2021 com 2h22m, devido à presença de trimetazidina, medicamento muito utilizado para a angina de peito; Vincent Kiplangat Kosgei, um mediano corredor dos 400 m barreiras, que apresentou vários tipos de testosterona; Lydia Simiyu, vencedora da maratona 2021 da Cidade do Cabo, acusando o diurético clortalidona, utilizado frequentemente na hipertensão; Keli Syombua, atleta de 18 anos, para norandrosterona; e Agatha Jeruto, com 1m59s aos 800 m, que acusou clomifeno, substância frequentemente utilizada para induzir a ovulação.