O queniano Ferdinand Omanyala diz que está chocado com a decisão da sua Federação em não reconhecer o seu recorde nacional dos 100 m em 10,01 s, estabelecido no 3º Grande Prémio do Making of Champions, disputado em Lagos no passado 30 de Março.
Omanyala disse que a Federação sabia da sua participação na prova, porque o havia informado com antecedência. “Fomos para lá como uma equipa de 12 pessoas. Antes de irmos, enviámos cartas à Federação informando sobre o evento e eles souberam “, disse Omanyala.
O velocista queniano pode estar a ser vítima de guerras de fações na Federação de Atletismo da Nigéria (AFN). Uma fação da AFN escreveu à Federação Queniana (AK) indicando que não tinha validado o meeting onde Omanyala estabeleceu o recorde nacional.
Numa carta enviada por e-mail em 3 de Abril ao presidente do AK (Jack Tuwei), o diretor geral da AFN, Similaye Pepple, observou em nome do presidente da AFN, Ibrahim Shehu-Gusau, que a competição em questão não foi aprovada pela AFN e que esta nem fez parte da sua organização.
Mas, de acordo com as investigações, há divisões na AFN, com diferentes grupos a reivindicarem a liderança. De um lado está o presidente da AFN, Ibrahim Shehu-Gusau, e o diretor-geral Similaye Pepple, enquanto do outro, está o vice-presidente da AFN, Olamide George, e o secretário-geral, príncipe Adisa Adeniyi Beyioku.
Shehu-Gusau e Pepple são reconhecidos pela World Athletics e Confederation of Africa Athletics (CAA), enquanto Olamide e Adeniyi são apoiados pelo governo.
Aparentemente, o governo não reconhece o cargo de Diretor-Geral, pois não está na constituição da AFN.
Na terça-feira, o presidente do AK alertou mais uma vez os atletas quenianos para evitarem competir no estrangeiro sem a sua autorização. O presidente Jack Tuwei, disse que a Federação adoraria que o maior número possível de atletas se classificassem para os Jogos Olímpicos, mas apenas pelos canais certos.
“É uma alegria ver muitos mais atletas a classificarem-se para os Jogos Olímpicos. Se o corredor (Omanyala) tivesse vindo à Federação, nós tê-lo-íamos aconselhado a não ir à prova porque ela não foi autorizada. Peço a todos os atletas que verifiquem primeiro com a Federação, antes de ir a essas provas internacionais “, disse Tuwei.
Mas Omanyala alegou que os juízes locais da Federação de Atletismo estiveram nos campeonatos e perguntou como não era então, um evento legítimo. No entanto, ele prometeu trabalhar duro para bater o recorde nacional e garantir uma vaga em Tóquio.
As regras da World Athletics sobre a ratificação de recordes determinam que todos os eventos nos quais qualquer recorde seja batido, devem ser sancionados pela Federação membro para que o recorde seja reconhecido.
“É muito cedo para definir o próximo curso de ação. Mas, definitivamente, vou trabalhar duro para garantir mais provas internacionais para que possa classificar-me (para os Jogos Olímpicos)”, disse ele.
No entanto, Omanyala dificilmente estará em Tóquio, mesmo que volte a alcançar os mínimos olímpcios. Há uma regra em vigor no país que impede os atletas que já foram suspensos por doping de competirem em Jogos Olímpicos.