Na alta competição, são raros os atletas que conseguem tirar mais de quatro minutos ao seu recorde pessoal na maratona. Foi o que aconteceu em 3 de Dezembro com o norueguês Sondre Nordstad Moen. Nesse dia, ele estabeleceu um novo recorde europeu, sendo ainda o primeiro europeu a baixar das 2h05m. A façanha foi em Fukuoka e o tempo final foi de 2h05m48s. Foram 4m19s a mais rápidos que o seu anterior recorde conseguido oito meses antes em Hannover – 2h10m07s. Um fosso separou os dois resultados e logo surgiram as perguntas e as dúvidas.
Aos 26 anos, Moen correu em Fukuoka a sua quarta maratona da carreira. Se considerarmos o seu tempo de referência antes de 2017, ele terá retirado agora nada menos de sete minutos!
O norueguês treina a maior parte do ano no Quénia, um país que viu a sua campeã olímpica da maratona, Jemima Sumgong, ser acusada de doping e outros atletas suspensos pelas mesmas razões.
Criou-se assim nalguns círculos internacionais uma onda de ceticismo a que o jornal L’Equipe deu eco. Jean Pontier, manager da federação francesa de atletismo afirmou: “ganhar sete minutos num ano, é enorme. É relativamente excecional ganhar esse tempo a este nível”. Jean Claude Vollmer, treinador do maratonista francês Hassan Chahdi, foi até um pouco mais longe nas colunas de outro jornal francês ao afirmar: “Esta rapidez de progressão questiona-me. Eu não acredito nela num ano. Eu não acuso mas interrogo-me”.
Na nossa opinião, é verdade que não é habitual um atleta de alta competição melhorar tanto num ano. Mas não nos parece justo este clima de suspeição à volta de Sondre Moen, sem haver qualquer tipo de provas.