Honrosa posição (42º – 7º europeu) de Rui Teixeira, único português presente no Mundial de corta-mato realizado em Aarhus, Dinamarca, num percurso à antiga, com subidas difíceis, zonas com água e lama, outras com areia. Foi a melhor posição portuguesa desde o 25º posto de Fernando Silva no Mundial de 2006. Rui Teixeira foi sempre a ganhar lugares, volta a volta (90º-66º-58º-47º-42), entre os 141 concorrentes. Fez o tempo de 33m 58s.
A prova foi ganha pelo ugandês Joshua Cheptegei, vice-campeão mundial de 10000 m, que gastou 31m 40s, menos quatro segundos que o seu compatriota Jacob Kiplimo, de apenas 18 anos. Cheptegei, que era primeiro (isoladíssimo) a uma volta do fim no Mundial de há dois anos e acabou por cair na 30ª posição (!), “desforrou-se” assim dessa desilusão. O queniano Geoffrey Kamworor, campeão em 2015 e 2017, foi agora distante terceiro (31.55). O melhor não-africano foi o sueco Robel Fsiha, 17º com 33.06. A formação do Uganda fez sensação, fechando a equipa com o 10º classificado e com um quinto atleta em 12º. Ganhou coletivamente, colocando um ponto final à supremacia do Quénia e Etiópia, que triunfavam por equipas desde 1981. Em 1980, a Grã-Bretanha fechara um ciclo. O Uganda somou 20 pontos, bem à frente do Quénia (43) e da Etiópia (46). A Espanha foi a primeira equipa não-africana, no 7º lugar, com 182 pontos.
Na corrida feminina, o Quénia ganhou individualmente pela sétima vez consecutiva (!), agora através de Hellen Obiri, campeã mundial e vice-campeã olímpica de 5000 metros, que gastou 36.14, contra 36.16 da etíope Dera Dida, 2ª júnior em 2015, e 36.24 de outra etíope, Letsenbet Gidey, campeã júnior em 2015 e 2017 e que agora chegou ao pódio sénior. A dinamarquesa Anna Emilie Muller foi a melhor não africana, no 15º lugar, com 37.51. Coletivamente, a Etiópia renovou o título, com 21 pontos, contra 25 do Quénia e 36 do Uganda. Honroso 4º lugar para a Grã-Bretanha, embora com 132 pontos, bem longe das formações africanas.
Entre os juniores masculinos, a surpresa foi a ausência queniana no pódio, depois de seis títulos coletivos consecutivos e de ter conseguido os três primeiros lugares individuais há dois anos. Domínio etíope, através de Milkesa Mengesha (23.52) e do ainda juvenil (!) Tadese Worku (23.54), com o ugandês Oscar Chelimo (23.55) a fechar o pódio. O norueguês Jakob Ingebrigtsen foi o melhor europeu mas apenas na 12ª posição, longe dos lugares da frente (24.39). 18 africanos nos primeiros 20 lugares (um japonês foi 20º). Coletivamente, vitória etíope (18 pontos), seguida do Uganda (32) e do Quénia (34), com os Estados Unidos (6º lugar com 150 pontos) como primeiro país não africano.
A prova de juniores femininos foi muito disputada, com três atletas com o mesmo tempo (20.50), a quarta a um segundo e as cinco primeiras separadas por apenas três segundos. Triunfou a queniana Beatrice Chebet, campeã mundial júnior de 5000 m, seguida das etíopes Alemitu Tariku e Tsigie Gebresalama. A primeira não africana foi a japonesa Ayuka Kazama, 14ª a mais de um minuto (21.58), e a melhor europeia foi a italiana Nadia Battocletti, 23ª com 22.24.
A sessão abriu com a estafeta mista, ganha pela Etiópia (25.49), que no último percurso (feminino) se isolou do Quénia. Esta formação quebrou muito (26.29) e chegou a ser ultrapassada pela equipa marroquina que foi inicialmente desclassificada mas depois reintegrada no 2º lugar, com 26m 22s. E os Estados Unidos foram quartos com 27.01. Presentes apenas 10 equipas.