A Agência Mundial Antidopagem (WADA) elaborou um relatório onde a Rússia, Índia e a China aparecem como os países que registaram o maior número de casos positivos entre menores de idade.
A WADA publicou nesta quarta-feira as conclusões da “Operação Refúgio”, uma extensa análise e exame do doping entre menores no desporto.
Entre 2018 e 2023, terão sido recebidas 58 denúncias de casos envolvendo menores na sua plataforma de denúncia anónima.
Em setembro de 2022, a WADA enviou um questionário a 41 organizações antidoping para coletar informações.
– 27 destas organizações (66%) enviaram a documentação preenchida à AMA e, segundo esta, um em cada cinco (22%) respondeu que tem políticas específicas para a gestão de resultados de menores, embora apenas oito tenham procedimentos específicos para a investigação destes casos.
– Um terço (33%) dos que realizaram estas investigações referiu-se à “interferência” dos pais nas mesmas, recusando-se a fornecer informações ou fazendo declarações falsas.
Entre as suas conclusões, o relatório destaca que os menores são submetidos a mais testes em competição e têm duas vezes mais probabilidades de serem apanhados no doping em competição do que fora dela e que as modalidades que registam mais testes positivos, são o halterofilismo, o atletismo e os desportos náuticos.
As substâncias proibidas mais detetadas são o estanozolol e a metandienona (esteroides anabolizantes) e o metilfenidato (estimulante).
Nos países que reportam o maior número de positivos, a Rússia, Índia e China, as substâncias proibidas mais detetadas, foram a furosemida (diurético), a nandrolona ou os seus precursores (anabolito) e o clenbuterol (broncodilatador).
A WADA informou que foram notificados desde 2012, 1.518 casos positivos em menores e que o atleta mais jovem sancionado por doping tinha 12 anos. O relatório destaca ainda o trauma e o isolamento que as crianças atletas vivenciam após um teste positivo e uma sanção por doping.