A histamina ocorre sobretudo em mulheres e depois dos 40 anos. Publicamos seguidamente um interessante artigo da doutora Alexandra Vasconcelos sobre este tema.
Há muito que falamos em intolerância à lactose e sabemos que as pessoas intolerantes melhoram significativamente a sua qualidade de vida quando retiram a lactose (açúcar que existe nos produtos lácteos) da sua alimentação. Existem também cada vez mais pessoas com intolerância à histamina e é uma situação que cada vez merece mais a nossa atenção.
Então e o que é a histamina?
É uma substância, amina biogênica, implicada na resposta imunitária localizada, na regulação da função fisiológica no intestino, na contração muscular, regulação do ácido gástrico e atua também como um neurotransmissor nas funções neurológicas. Trata-se assim de um mediador da inflamação que é produzida pelo organismo em momentos de elevado stresse e/ou alergia. A principal função da histamina é destruir substâncias estranhas, sendo essencial na defesa contra vírus, bactérias, fungos ou parasitas. Esta é libertada em reações alérgicas e responsável pelos sintomas irritantes destes quadros.
Onde existe histamina?
A histamina funciona como um mediador do sistema imunitário, sendo produzida pelo nosso corpo em situações alérgicas, mas existe também em alimentos. Existem alimentos que possuem em quantidade elevada de histamina na sua composição. Para além dos alimentos ricos em histamina, há outros que funcionam como “libertadores de histamina” e que induzem a secreção de histamina pelas células do corpo.
Esta pode também ser acumulada no nosso corpo por deficiência da enzima que a destrói e metaboliza, a diaminoxidase, conhecida pela enzima DAO.
Pode haver intolerância à histamina?
A intolerância à histamina surge devido a um desequilibro entre a acumulação de histamina e a capacidade do organismo em degradá-la.
Normalmente, a histamina é destruída no organismo pela ação de uma enzima chamada diaminoxidase (DAO). Em pessoas com intolerância à histamina, a atividade dessa enzima é reduzida. Portanto, a histamina produzida pelo corpo ou absorvida através da comida não pode ser destruída ou pode ser apenas parcialmente destruída. Isto faz com que os níveis de histamina permaneçam constantemente elevados, levando ao aparecimento de queixas alérgicas.
Também pode ocorrer uma redução da atividade da enzima pela ingestão de determinados fármacos ou álcool.
A ingestão de alimentos ricos em histamina, em pessoas intolerantes, pode causar os seguintes sintomas:
- Vermelhidão, comichão, urticária
- Dor de cabeça, sensação de calor, enxaqueca, vertigem
- Corrimento nasal, inchaço da mucosa nasal, dificuldades respiratórias, asma brônquica
- Inchaço, diarreia, náusea / vômito, dor abdominal
- Queda da pressão arterial, palpitações, arritmia cardíaca, taquicardia
- Dismenorreia (distúrbios do ciclo menstrual)
- O inchaço da mucosa nasal como resultado do consumo de vinho tinto ou queijo também é típico, pois esses produtos são muito ricos em histamina e contêm muitos libertadores de histamina.
Como saber se sou intolerante à histamina
Devido à natureza muito variada dos sintomas, a intolerância à histamina é frequentemente subestimada, e os sintomas mal interpretados.
Esta ocorre sobretudo em mulheres e depois dos 40 anos. Pessoas com doença inflamatória intestinal ou alergia alimentar cruzada têm um risco maior.
Se tiver muitas queixas alérgicas, comece por relacioná-las com os alimentos constantes da lista anexa, retire-os e verifique se os sintomas desapareceram.
Junto do seu médico ou terapeuta converse e pondere fazer as seguintes provas analíticas:
- Medir o nível de vitamina B6
- Medir da atividade da diaminoxidase
- Medir o nível de histamina no sangue
- Teste de liberação de histamina por estimulação
Alimentos a eliminar
Os alimentos que estão indicados na tabela seguinte são ricos em histamina e/ou interferem no metabolismo da mesma (promovem um aumento da libertação de histamina). Deverá evitar o consumo dos mesmos, para melhoria dos sintomas ou quando surgir um episódio agudo.