Quantas vezes, não acontece a um corredor ter de parar em plena prova para atar devidamente os seus sapatos? Ou correr com sapatos pequenos para os seus pés? Foi o que aconteceu ao irlandês Stephen Scullion na última Maratona de Roterdão, gesto que lhe terá possivelmente impedido de bater o recorde nacional.
Depois de ter passado a meia maratona em 1h04m42s e já depois dos 35 km, ele teve de parar e andar por um curto período, porque os seus pés “adormecidos” estavam dentro de um par de sapatos muito pequeno.
Ele ainda conseguiu terminar em 2h14m32s, apenas a dois segundos dos mínimos para o Campeonato Europeu em Munique, em agosto.
O problema dos sapatos de Scullion surgiu na manhã da prova pois agora, todos os atletas de elite nas principais maratonas, passam por um processo de declaração dos seus sapatos pré-evento, para garantir que cumprem os novos regulamentos introduzidos no início de 2020 e revistos no ano passado.
A espessura máxima da sola é de 40 mm, e qualquer novo sapato tem também de ser aprovado com antecedência.
Quando o modelo de sapatos escolhido por Scullion não foi aprovado, ele foi forçado a pedir emprestado um outro par e correr com eles, o tamanho era mal ajustado e acabou por lhe causar um problema real mais tarde na prova.
“Roterdão foi fabuloso até cerca dos 37 km mas os meus pés ficaram dormentes”, comentou ele depois.
“Tentei hoje correr mais rápido do que nunca, tive alguns problemas com a aprovação dos sapatos e tive que pedir alguns emprestados, infelizmente eram muito pequenos, muito stresse na manhã da prova”.
“Aos 37 km, os pés ficaram dormentes e caminhei um pouco, depois cheguei à meta. A vida é boa, estas coisas acontecem. Haverá outro dia. Estou feliz e haverá mais oportunidades para correr rápido”.
O recorde irlandês da maratona pertence a John Treacy com 2h09m15s, marca obtida em 1988 em Boston.