Sebastian Coe, presidente da World Athletics, não se mostrou muito entusiasmado com a hipótese da Arábia Saudita receber o Mundial de Atletismo. Na sua opinião, países muito ricos como a Arábia Saudita têm de cumprir uma série de pormenores como o de ter os estádios cheios de espetadores.
Com mais de 300 mil bilhetes vendidos nos nove dias em Budapeste, Coe ficou encantado com o fervor local pela modalidade e, ao não descartar a possibilidade de passar a haver campeonatos anuais, disse que um pré-requisito para as cidades candidatas era a venda em massa de bilhetes. No Mundial de Doha em 2019, as bancadas estiveram quase sempre vazias, situação muito desoladora para os atletas.
A edição de 2025 será realizada em Tóquio e Coe revelou que cinco “grandes cidades” já se candidataram para a edição de 2027, incluindo Istambul e Pequim, mas não Londres ou Nairobi, após negociações com a Federação do Quénia para receber futuras edições no continente africano.
Sobre uma possível candidatura saudita, Coe, que foi recentemente reeleito do organismo mundial até 2027, disse: “Teria que ser com base no facto de terem cumprido os outros requisitos de que falei – não será porque nós ‘estamos simplesmente a ir lá para descontar o cheque e depois seguir em frente’.”
“A nossa modalidade não se pode dar ao luxo de ficar em estádios vazios. Estivemos em lugares onde, francamente, não tenho a certeza se a maioria das pessoas, duas semanas depois, se teria lembrado de que esteve nessa cidade. Agora, estamos apenas melhores nisso.”
Coe quer apresentar um novo evento de atletismo, potencialmente anual feito para a televisão e já está em negociações sobre quais as disciplinas que podem ser adicionadas e retiradas para atrair um público mais amplo. Ele também expôs a possibilidade de incluir o Campeonato Mundial de Maratona numa lucrativa maratona numa grande cidade.
Questionado se o atual Campeonato Mundial bienal poderia ser realizado todos os anos fora do verão olímpico, ele disse: “Não estamos a descartar isso. Há apenas um risco para nós no momento, dado onde estamos e esse, é apenas o nosso conservadorismo inato.”