A participação da nadadora transgénero Lia Thomas nos Campeonatos Universitários dos Estados Unidos onde conquistou a medalha de ouro nas 500 jardas (457 m) e chegou às finais de 100 e 200, continua a gerar polémica, com o debate a chegar a outras modalidades.
Um dos últimos a pronunciar-se sobre o caso Lia Thomas foi Sebastian Coe, que foi claro sobre este caso. “É inevitável que se queira continuar a perceber e a aprender sobre qualquer elemento da ciência, mas não tenho dúvidas de que a testosterona é uma parte fundamental do desempenho. Veja a natureza das meninas de 12 ou 13 anos. Lembro-me quando as minhas filhas costumavam ultrapassar os meninos na sua classe, mas assim que atingiam a puberdade, essa lacuna abria-se e aumentava. O género não pode superar a biologia.”
Coe adverte que, se o caso de Lia Thomas não for corretamente tratado, tal colocará em sério risco o desporto feminino. “Se não fizermos bem isto, acho que a integridade das mulheres no desporto e o futuro do desporto feminino parecem muito frágeis”.
O presidente da World Athletics já teve que lidar com experiências semelhantes quando a instituição obrigou atletas com hiperandrogenismo como a sul-africana Caster Semenya a tomar medicamentos para reduzir os seus níveis de testosterona, medida que ele continua a defender apesar da polémica então gerada. “Se eu sentir que este processo está a ser feito da maneira certa e que, o que estamos a fazer é baseado em evidências e na ciência, estou mais confortável. Não posso ignorar o sentimento público, mas a ciência é importante. Se eu não estivesse tão satisfeito com a ciência que aplicamos e com os especialistas e equipas que trabalham nela há muito tempo, tudo seria muito diferente.