O presidente da World Athletics, Sebastian Coe, deu a entender que o atletismo poderá seguir a natação ao proibir a participação de atletas transgéneros nas competições de elite.
A FINA, órgão que governa a natação mundial, votou para impedir que competidores transgéneros possam participar em provas femininas. A nadadora universitária americana Lia Thomas já tinha sugerido que queria competir pela seleção olímpica dos Estados Unidos, mas as novas regras significam que ela será banida.
Coe esteve em Budapeste no fim de semana passado para assistir ao Campeonato Mundial de Natação e sugeriu que o atletismo pode mudar as suas regras em relação a atletas transgéneros.
“A minha responsabilidade é proteger a integridade do atletismo feminino e levamos isso muito a sério, e se isso significar que temos de fazer ajustes nos protocolos daqui para a frente, faremos”, disse ele.
“Sempre deixei claro: se alguma vez formos empurrados para um canto a ponto de fazermos um julgamento sobre justiça ou inclusão, sempre cairei no lado da justiça.
“Vemos uma federação internacional a afirmar a sua primazia na definição de regras, regulamentos e políticas que são do melhor interesse da sua modalidade.
“Isto é como deverá ser. Sempre acreditámos, e repetimos constantemente, que a biologia supera o género e continuaremos a rever os nossos regulamentos, de acordo com isso”.
Quando perguntado se a World Athletics consideraria adotar a mesma política da FINA, Coe acrescentou: “Sempre dissemos que os nossos regulamentos nesta área são um documento vivo, específico para a nossa modalidade e seguiremos a ciência.
“Continuamos a estudar, pesquisar e contribuir para o crescente corpo de evidências de que a testosterona é um determinante-chave no desempenho e agendámos uma discussão sobre os nossos regulamentos de DSD e transgéneros com o nosso o conselho no final do ano”.
Também a FIFA já disse que está a rever as suas políticas de elegibilidade para transgéneros. E o órgão dirigente da Liga de Rugby proibiu os atletas transgéneros de competir em partidas internacionais enquanto a Organização realiza mais investigações sobre o “risco percebido” para outros jogadores.