O site oficial do Meeting de Bruxelas elaborou seis dos melhores momentos havidos nos últimos 15 anos. Do recorde mundial de Aries Merritt nos 110 m barreiras ao recorde da Liga Diamante de Shericka Jackson nos 200 m, Bruxelas proporcionou alguns momentos de grande nível na Liga Diamante ao longo dos anos.
A final da Liga Diamante regressa esta semana a Bruxelas pela primeira vez desde 2019, com todos os 32 campeões da Liga Diamante prontos para serem coroados, ao longo de dois dias no Estádio Rei Balduíno.
Tanto como final da Liga Diamante como sendo um meeting da série, o Allianz Memorial Van Damme proporcionou alguns dos momentos mais memoráveis de sempre nos últimos 15 anos. Observamos então, seis dos melhores momentos do Meeting de Bruxelas.
2012 – Aries Merritt faz história nas barreiras
Nas duas últimas épocas, 13 recordes mundiais foram batidos no circuito da série, e meetings como Paris, Silésia e Eugene tiveram dois batidos num único dia. No entanto, antigamente, os recordes mundiais eram mais raros. Foi somente em 2012, na terceira época desde a inauguração da Liga Diamante, que Aries Merritt se tornou o primeiro atleta a bater um recorde num meeting da Liga Diamante. O norte-americano marcou 12,80 em Bruxelas, cortando sete centésimos da anterior marca de Dayron Robles de 2008 e conquistando o título da Liga Diamante. É um recorde que permanece até hoje.
2014 – Muta Barshim desafia a gravidade
Dois anos após o feito de Merritt nas barreiras, outro recorde mundial começou a oscilar em Bruxelas quando Muta Essa Barshim e Bohdan Bondarenko fizeram uma das mais memoráveis batalhas do salto em altura masculino da história recente. Os dois homens foram para a final de Bruxelas sabendo que apenas a vitória seria suficiente para conquistar o Troféu Diamante. Tal, levou a uma disputa emocionante na qual ambos, ultrapassaram 2,40 m antes de Barshim finalmente levar a melhor sobre Bondarenko com 2,43 m. Foi uma marca que deixou a estrela do Qatar a apenas dois centímetros do recorde mundial de Javier Sotomayor. É ainda, o segundo salto mais alto da história e o recorde da Liga Diamante.
2018 – Caterine Ibarguen faz a dobradinha
Em 2018, a Final da Liga Diamante decorreu pela primeira vez, em dias consecutivos, com a primeira noite de ação ocorrendo em Zurique, na Weltklasse, e a segunda em Bruxelas, no Memorial Van Damme.
Para Caterine Ibarguen, isso representou um problema de logística. A lenda colombiana tinha-se classificado para a final do triplo salto e do salto em comprimento, o que significou que ela teria que competir em Zurique numa noite, antes de ir para Bruxelas na manhã seguinte. Enquanto a maioria dos atletas teria escolhido apenas uma única disciplina, Ibarguen mostrou o seu destemido talento habitual e aceitou o desafio. Tendo vencido o triplo salto em Zurique, ela apanhou o primeiro avião para Bruxelas, onde venceu o salto em comprimento com impressionantes 6,80 m. Ela tornou-se a primeira atleta a ganhar dois Troféus Diamante em dias consecutivos e a única a fazê-lo em duas cidades diferentes.
2022 – Kara Winger despede-se do dardo em grande estilo
À medida que a época de 2022 chegava ao fim, poucos tinham a norte-americana Kara Winger como a favorita clara para o título da Liga Diamante no dardo. A veterana lançadora tinha acabado de ganhar a prata no Campeonato Mundial em Eugene, mas a sua última vitória na Liga Diamante tinha ocorrido 12 anos antes, em 2010, e ela ainda não tinha vencido uma prova fora do seu país natal. Winger já tinha decidido retirar-se no final da época e não tinha nada a perder. Em Bruxelas, ela conseguiu a liderança mundial e um recorde norte-americano com 68,11 m, uma despedida de um conto de fadas para a então atleta de 36 anos. Uma semana depois, ela venceu novamente em Zurique, encerrando a sua carreira com um primeiro título da Liga Diamante.
2023 – Jakob Ingebrigtsen bate recorde mundial
No ano passado e após a sua derrota nos 1.500 m para Josh Kerr no Campeonato Mundial em Budapeste algumas semanas antes, Jakob Ingebrigtsen tinha algo a provar quando regressou à ação da Liga Diamante em Bruxelas. Tendo sofrido outro revés em grandes Campeonatos, Ingebrigtsen estava desesperado para provar que ainda era o melhor, ao alinhar nos 2.000 m, à procura de vencer e do recorde mundial. Ele conseguiu-o com estilo, marcando 4.43,13 para tirar mais de um segundo à anterior marca de Hicham El Guerrouj de 1999. Foi uma vitória marcante para Ingebrigtsen, seguida uma semana depois, de uma dobradinha nos 1.500 m e 5.000 m na final da Liga Diamante em Eugene.
2023 – Shericka Jackson bate recorde da Liga Diamante
Jakob Ingebrigtsen não foi o único destaque no Memorial Van Damme do ano passado. A jamaicana Shericka Jackson também foi para Bruxelas com grandes expectativas, tendo conquistado três medalhas, incluindo o ouro nos 200 m, no Mundial de Budapeste. Nas últimas semanas da época, ela não escondeu o seu desejo de bater o recorde mundial dos 200 m. Em Bruxelas, ela chegou mais perto do que nunca, marcando um recorde da Liga Diamante com 21,48 numa vitória impressionante sobre nomes como Daryll Neita, Jenna Prandini e Anthonique Strachan. Essa marca deixou-a a apenas 14 centésimos de segundo do recorde mundial de Florence Griffiths-Joyner e preparou-a para mais um êxito na final da Liga Diamante, no final daquele mês. Em Eugene, ela e Ingebrigtsen, tornaram-se os primeiras atletas desde Ibarguen a ganhar dois Troféus Diamante em dias consecutivos.