Enquanto o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) não decide sobre o caso de Caster Semenya, a atleta acusou na noite de terça-feira, Sebastian Coe, presidente da IAAF, de “abrir velhas feridas” com os seus comentários sobre o género da sul-africana.
A IAAF determinou em Abril do ano passado que as mulheres com “diferenças de desenvolvimento sexual” (DSD) deverão baixar a taxa de testosterona para poder participar em provas internacionais. É o caso de Semenya, que tem hiperandrogenismo, condição caracterizada pela produção excessiva de andrógenos como testosterona, o hormónio masculino. A sul-africana viu há anos o seu género ser questionado e já teve de se submeter a testes para comprovar que é uma mulher.
À espera de um veredicto do TAS sobre a legalidade da regra da IAAF, a ONU saiu em defesa de Semenya na semana passada, considerando a exigência de baixar os níveis naturais de testosterona “desnecessária, humilhante e prejudicial”. Mas Coe no fim de semana, reforçou a posição da IAAF em entrevista ao jornal “Australian Daily Telegraph”.
– “A razão para termos uma classificação de género é porque se não a tivermos, nenhuma mulher vai conquistar um título ou bater um recorde no nosso desporto. A regra é para a proteção da competição justa”, disse Coe, lembrando que Semenya está invicta desde 2015.
Através dos seus advogados, a sul-africana divulgou um depoimento emotivo rebatendo Coe:
“Semenya lembra a sua história há 10 anos no Mundial de 2009. Um dia depois de vencer os 800 m, Semenya ficou no meio do estádio sabendo que todos que assistiam ao evento a estavam julgando. Ela tinha 18 anos. A natureza dos exames médicos intrusivos aos quais Semenya foi submetida após a competição, foi discutida publicamente, inclusive pela IAAF. As cicatrizes que Semenya desenvolveu durante a última década foram profundas. Ela resistiu e forjou-se num símbolo de força, esperança e coragem.
Ler os comentários do Sr. Coe no fim de semana, abriu essas velhas feridas. Semenya é uma mulher. Não há debate ou questão sobre isso, e a IAAF não discute isso. Ela nasceu mulher, cresceu mulher, foi socializada como uma mulher e competiu como uma mulher durante toda a vida.
Mulheres com DSD nasceram com raras diferenças genéticas. Essas diferenças devem ser celebradas no desporto como todas as outras variações genéticas que fazem eventos da elite bons de assistir. O Sr. Coe está errado ao pensar que Semenya é uma ameaça ao desporto feminino. Semenya é uma heroína e tem um papel de inspiração para jovens garotas mundo fora, que sonham em alcançar a excelência no desporto.
Semenya espera e sonha que um dia ela possa correr livre de julgamentos, livre de discriminação e num mundo onde ela é aceita por quem ela é.”
“Mulheres com DSD nasceram com raras diferenças genéticas”
Essa diferença genética nada mais é do que uma deficiência.
“Essas diferenças devem ser celebradas no desporto”
Essas diferenças=deficiências devem sim ser celebradas no seu devido local que é o desporto para portadores de deficiência, não podendo de maneira nenhuma ser autorizada a competir no desporto global (podemdo apenas ser autorizados aqueles cujas suas deficiências ou adaptações em nada possam eventualmente ter vantagem), foi uma estupidez grande a borrada que o Lorde Sebatian Coe inventou.