Segundo o jornal The South African, o Governo sul-africano prometeu um apoio equivalente a 671.500 euros a Cater Semenya, para ajudá-la a apelar ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos contra a decisão da World Athletics, que a quer obrigar a tomar medicamentos para diminuir os valores de testosterona.
As regras da World Athletics que entraram em vigor em 2019, limitam os níveis de testosterona das atletas, entre os 400 m e a milha.
Semenya já perdeu recursos interpostos no Tribunal de Arbitragem do Desporto e no Supremo Tribunal Federal da Suíça contra os regulamentos da World Athletics.
No mês passado, o governo da África do Sul confirmou que estava a planejar apelar para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. Agora, o Ministro do Desporto, Nathi Mthethwa, prometeu ajudar a financiar os esforços de Semenya, ao responder a perguntas parlamentares.
“O departamento também foi contactado pelo Departamento de Relações Internacionais e Cooperação após terem recebido uma carta da Comissão para a Igualdade de Género, que manifestou interesse no assunto e solicitou o apoio do Governo para coordenar a solidariedade contra os regulamentos de classificação de atletas femininas da World Athletics”.
A World Athletics tem afirmado consistentemente que as regras são necessárias para garantir que as atletas femininas possam participar em termos justos e iguais.
Semenya será apoiada por uma equipa jurídica liderada pelos advogados do Norton Rose Fulbright Gregory Nott e Patrick Bracher, em Joanesburgo, bem como Christina Dargham, em Paris.
Os advogados de Londres, Schona Jolly e Claire McCann, e os advogados de Toronto, James Bunting e Carlos Sayao também fazem parte da equipa jurídica de Semenya.
“Espero que o Tribunal Europeu acabe com as violações de longa data dos direitos humanos, cometidas pela World Arhletics contra as mulheres atletas”, disse Semenya.
“Tudo o que pedimos é podermos correr livres, de uma vez por todas, como as mulheres fortes e destemidas que somos e sempre fomos.”