A jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce correu mais rápido em 2021 do que em 2022. Mas, ela conseguiu ter este ano, a melhor época de sempre para uma sprinter de 100 metros. O seu estatuto estava ameaçado. A sua rival jamaicana, Elaine Thompson-Herah conseguiu conquistar o seu segundo ouro olímpico consecutivo em Tóquio com 10,61 s, derrotando Fraser-Pryce.
Três semanas depois, Thompson-Herah alcançou um recorde pessoal de 10,54 no Prefontaine Classic, apenas cinco centésimos abaixo do recorde mundial de 10,49 de Florence Griffith-Joyner, que permanecia incontestável desde 1988.
Absolutamente dominante em 2022 com os oito tempos mais rápidos do mundo, Fraser-Pryce parece ter acabado com a discussão da melhor do mundo.
Fraser-Pryce dominou totalmente nos 100 metros e conquistou em Eugene, o seu sétimo título global dos 100 metros – algo que apenas três outros atletas fizeram num único evento de atletismo (Usain Bolt nos 200 metros, Sergey Bubka no salto com vara e Anita Wlodarczyk no martelo). Ela terminou o ano ganhando o título da Liga Diamante pela primeira vez desde 2015. E fez tudo isso como mãe aos 35 anos.
Fraser-Pryce correu os oito tempos mais rápidos dos 100 m em 2022, incluindo sete sub-10,7. No início de 2022, havia 12 performances sub-10,7 na história dos 100 metros– o que significa que a sua campanha de 2022 representa agora mais de um terço de todos os sub-10,7 já realizados.
Por outro lado, Thompson-Herah, afligida este ano por lesões no tendão de Aquiles e no ombro, só conseguiu este ano, o melhor de 10,79 e teve que se contentar com o bronze no Mundial de Eugene nos 100.
Em comparação com a ainda recordista mundial da distância, Griffith-Joyner correu três dos sete tempos mais rápidos da história em 1988, mas esses tempos foram agrupados em apenas duas provas, as seletivas dos Estados Unidos e os Jogos Olímpicos. Ela nunca correu mais rápido do que 10,89 fora dessas provas – não apenas em 1988, mas até abandonar a competição. Além disso, a sua marca de 10,49 ficou manchada pelas fortes suspeitas de ter sido obtida com vento favorável anti-regiulamentar.
Embora um relatório escrito por um professor de física da World Athletics tenha determinado que o vento estava entre 5 e 7 m/s, 10,49 continua a ser o recorde mundial oficial.
Antes deste ano, a campanha de 2021 de Thompson-Herah foi a melhor que já vimos de uma mulher de 100 m. Ela correu 10,54, 10,61, 10,64 e 10,65 – todas as marcas que estão entre as 13 melhores de todos os tempos – mais 10,71 e 10,72. Ela também ganhou os JO de Tóquio e perdeu apenas duas das suas 11 provas.
Em 2022, Fraser-Pryce não correu tão rápido quanto Thompson-Herah no ano passado – o melhor de Fraser-Pryce desta época é 10,62 s, apenas a terceira prova mais rápida.
A época completa de 2022 de Shelly-Ann Fraser-Pryce
7 maio: 10,67 no Kip Keino Clássico (Nairobi)
18 junho: 10,67 no Meeting de Paris
23 junho: 10,70 nas eliminatórias do Campeonato da Jamaica
24 junho: Desistiu nas meias-finais do Campeonato da Jamaica () 16 de julho: 10,87 nas eliminatórias dos Mundiais de Eiugene 17 julho: 10,93 nas meias-finais dos Mundiais de Eugene 17 julho: 10,67 na final dos Mundiais de Eugene 6 agosto: 10,66 no Memorial Kamila Skolimowska (Chorzow) 8 agosto: 10,67 no Memorial de Istvan Gyulai (Székesfehérvár) 10 agosto: 10,62 no Meeting do Mónaco 2 setembro: 10,74 no Memorial Van Damme (Bruxelas) 8 setembro: 10,65 no Meeting de Zurique, na final da Liga Diamante () Fraser-Pryce optou por não correr pois tinha vaga garantida no Mundial de Eugene como atual campeã.