O russo Serguei Shubenkov, vice-campeão mundial dos 110 m barreiras, assegurou que o importante para os atletas russos é agora poder ir aos Jogos Olímpicos de Tóquio, com ou sem a bandeira do seu país.
Shubenkov, que não pôde estar presente nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro devido à exclusão da equipa russa, afirmou: “Iremos como nos deixem. O importante é que nos autorizem. Mas se não nos deixarem, não ficaria surpreendido… A decisão é tomada por outros em função de uns interesses”.
Até final do ano passado, Shubenkov era quase tão crítico para com a Federação Russa de Atletismo (FRA) como para a World Athletics/IAAF, a organização que concede a necessária autorização aos atletas russos para poderem competir internacionalmente.
“Ainda que tenha havido diferentes escândalos, a World Athletics mudava continuamente de critério. Umas vezes, fiam-se nos atletas russos e outras, não. Fiam-se em 31 de Dezembro e em 1 de Janeiro, já não se fiam. Também era crítico com a Federação mas havia avanços”.
Mas com o caso Lysenko, que provocou a demissão do presidente da Federação e a retirada do estatuto de neutralidade aos atletas russos, Shubenkov entendeu que tinha chegado a hora de atuar.
“Pela primeira vez nos organizámos e decidimos criar um grupo e expressarmo-nos publicamente. Propusemos retirar a acreditação à Federação e já o fizeram. Propusemos a dissolução da direção e já o fizeram. Somos o poder! Neste caso, ouviram-nos”.
O barreirista lamentou ainda que o candidato preferido dos atletas, Radion Gataullin não tenha apresentado a sua candidatura, sendo apenas o representante dos atletas na Federação.
Aos 29 anos de idade, esta pode ser a sua última oportunidade de estar presente nos Jogos Olímpicos, algo que a sua mãe não conseguiu alcançar. Natalia Shubenkova foi prata nos Europeus de Estugarda (1986) no heptatlo e não pôde ir aos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984, devido ao boicote dos países do leste.