Na recente Maratona de Filadélfia, o norte-americano Ethan Herman classificou-se em sexto lugar com 2h17m03s, quase um minuto abaixo da marca de qualificação (2h18m00s) para as seletivas da Maratona Olímpica dos Estados Unidos de 2024.
No entanto, horas depois de Hermann ter cortado a meta, os seus sonhos foram destruídos quando foi desclassificado porque o seu treinador lhe entregou uma garrafa de água num posto de abastecimento. De acordo com as regras da Federação Norte-americana de Atletismo, o facto de Hermann não ter agarrado pessoalmente a garrafa, constituiu uma violação devido à “desigualdade de recursos oferecidos aos atletas”.
O tempo de Hermann foi removido dos resultados oficiais da Maratona da Filadélfia e não contará para a qualificação para as seletivas olímpicas de 2024.
Mais tarde, Hermann disse que não concorda totalmente com a regra, mas entende-a. “Eu só tenho que aprender com isto e seguir em frente e enfrentar o próximo desafio a tempo.”
Uma reclamação formal de um juiz da prova chamou a atenção para a infração de Hermann, deixando a Organização da prova numa situação difícil, devido à especificidade da Regra de Competição 144 da Federação: “Nenhum competidor que participe numa competição será permitido, sem a permissão do Árbitro ou dos Juízes, de receber assistência ou bebidas de qualquer pessoa durante o andamento da competição.”
A regra da garrafa só se aplica às provas da Federação norte-americana. Por exemplo, na Maratona de Berlim de 2022, o voluntário Bottle Claus ajudou Eliud Kipchoge a bater o recorde mundial da maratona para 2h01min09s, entregando-lhe pessoalmente garrafas em cada estação de água.
A ‘gravidade’ do caso de Hermann tem sido questionada nas redes sociais. Qual é o valor temporal de uma garrafa de água entregue a um corredor durante uma maratona? E quanto tempo economiza um maratonista, em comparação com apanhá-la na mesa de elite?