(TEXTO ATUALIZADO)
Rui Pinto e Jéssica Augusto regressam aos títulos
Depois de se sagrar duplo campeão de pista coberta (masculino e feminino), o Sporting repetiu a façanha no corta-mato, conquistando este domingo, em Mira, o título feminino sem surpresa e o masculino após emocionante despique com o Benfica. Rui Pinto, com um forte final, e Jéssica Augusto, com larguíssima vantagem, sagraram-se campeões individuais, ele repetindo o título de 2015, ela os de 2006 a 2008, tornando-se a mais velha (35 anos) campeã de sempre (antes: Fernanda Ribeiro, campeã pela última vez com 33 anos).
Foram provas absolutamente distintas as duas de seniores, muito equilibrada a masculina, muito pouco interessante a feminina.
A corrida masculina teve em Ricardo Dias, a grande surpresa. Fez figura de vencedor ao longo de boa parte do percurso e apenas no último quilómetro foi alcançado, embora conseguindo lugar no pódio, o qual foi determinante para o triunfo coletivo do Sporting. Com 32 anos de idade, iniciou-se do Olímpico Vianense, foi do Maratona e do CUA Benaventense, mas nunca se evidenciou em corta-mato (15º em 2013, 38º na época passada). No Nacional de Estrada, foi 7º em 2012, 8º em 2015 e 9º em 2009 (apenas 37º este ano). Na pista, tem 30.18,91 aos 10000 m mas em… 2009. O certo é que Ricardo Dias foi o grande animador da prova, que liderou, isolado, desde o 6º km, chegando a disfrutar de boa vantagem sobre Rui Pinto e Licínio Pimentel. Até que, a dada altura, a diferença começou a diminuir (muito por ação de Licínio). E no quilómetro final, Rui Pinto foi muito forte e acabou vencedor, com três segundos de vantagem sobre Licínio Pimentel… que pelo 11º ano consecutivo ficou no top’10 (!), repetindo o 2º lugar de 2015, então igualmente apenas batido por Rui Pinto. Este foi um natural vencedor, embora com mais dificuldade do que se poderia esperar. Destaque ainda para o 4º lugar do jovem (23 anos) Samuel Barata, campeão sub’23 há dois anos.
Coletivamente, apenas dois pontos separaram Sporting (19) e Benfica (21). E, curiosamente, nenhum dos atletas transferidos entre os dois clubes, esta época, entrou nessa luta (o melhor transferido foi Bruno Albuquerque, quinto homem do Sporting, 10º classificado). Depois de uma igualdade entre os quatro primeiros (1º-4º para o Benfica, 2º-3º para o Sporting), e do 5º lugar de Nuno Costa, do Maia AC, dois sportinguistas superaram dois benfiquistas: Hélder Santos (ex-Maia AC), 6º, chegou imediatamente antes de Ricardo Ribas, 7º (pela 13ª vez no top’10 nos últimos 14 anos!), e José Moreira, 8º, fez o mesmo relativamente a Tiago Costa, 9º. E o Sporting, a quem faltou o lesionado Rui Teixeira (3º há um ano), ainda meteu um quinto homem (Bruno Albuquerque) no 10º lugar.
O Benfica apresentava-se como favorito, mas os reforços Hermano Ferreira (5º há um ano, desistente agora) e Eduardo Mbengani (apenas 19º mas… quinto benfiquista!) e ainda Alberto Paulo (4º em 2016, desistente este ano) falharam. E, no Sporting, Rui Pedro Silva voltou a falhar (18º).
O Maia AC foi terceiro (está no pódio desde 2010), mas desta vez mais “apertado” (84-99 pontos) pelo CA Seia, que repetiu o 4º lugar do ano passado. E o Beja AC foi surpreendente quinto classificado (134 p.).
Uma última curiosidade: Nelson Cruz, campeão em 2016, foi agora apenas 23º.
A corrida feminina não teve história. Salomé Rocha, campeã no ano passado, ainda se isolou logo no início, mas cedo Jéssica Augusto a alcançou para rapidamente se isolar e terminar com nada menos de 45 segundos de vantagem, a segunda maior de sempre a seguir aos 47 segundos ganhos por Salomé Rocha a Dulce Félix na época passada. Sara Moreira, que seguia em 3º lugar, desistiu sensivelmente a meio da prova e o pódio acabou por ser completado por Daniela Cunha, campeã juvenil em 2007, campeã júnior em 2008 e 2009, campeã sub’23 em 2010 e 2011 (sempre pelo UD Várzea) mas que não confirmou depois. E mesmo este sempre meritório 3º lugar foi alcançado quase dois minutos (1m43 s) depois da vencedora! Mafalda Ferreira (4ª) e Susana Teixeira (5ª) completaram a equipa do Sporting, que regressou ao título ganho pela última vez em 2014. O Benfica esteve completamente ausente (terá todas as atletas lesionadas?…) e o pódio coletivo acabou ocupado pelo RD Águeda (2º) e pelo ACR Srª Desterro (3º).
ESCALÕES JOVENS
Sub’23 (M): Triunfo de Miguel Marques, esta época transferido do Benfica para o Sporting, 14º na prova sénior. Deixou longe (47 segundos) o segundo, João Pereira (Maratona), 26º mas ainda sub’23 em 2018.
Sub’23 (F): Rute Simões (Grecas), segunda em 2016, ganhou agora, sendo 17ª na corrida sénior. A segunda, a 24 segundos, foi a ex-júnior Helena Alves (UD Várzea), 21ª na prova.
Juniores (M): Apenas 12º em 2016, Filipe Vitorino (CN Rio Maior) foi agora campeão, deixando o segundo, David Alexandre (Ingleses FC), que fora terceiro há um ano, a dez segundos. O terceiro, Alexandre Figueiredo (Maratona Vila Chã), 9º juvenil há um ano, manter-se-á como júnior em 2018. O Benfica ganhou coletivamente pelo 7º ano consecutivo, somando 38 pontos, contra 91 do Maratona CP.
Juniores (F): A campeã, Beatriz Rodrigues (RD Águeda), 4ª juvenil em 2016, manter-se-á júnior na próxima época e ganhou agora com oito segundos de vantagem sobre Catarina Guerreiro (Sporting), 12ª em 2016, pelo CO Pechão. O Sporting sagrou-se campeão coletivamente pela primeira vez desde… 1975! Somou 27 pontos, contra 65 do Maia AC.
Juvenis (M): Juvenil de 1ª época, Etson Barros (CO Pechão) sagrou-se campeão, com cinco segundos de vantagem sobre Miguel Ribeiro (Benfica), campeão da época passada em representação do Núcleo Sportinguista da Lourinhã. João Peixoto (SC Braga), terceiro classificado, também continuará juvenil em 2018. O SC Braga ganhou coletivamente, como em 2011. Somou 49 pontos, contra 87 da Fundação CEBI.
Juvenis (F): A já conhecida Mariana Machado, filha da antiga campeã Manuela Machado, foi folgada vencedora, repetindo o título da época passada. Derrotou Bárbara Neiva (Almada e Figueirinha) e Lia Lemos (Maia AC), duas juvenis de 1º ano, que ficaram a 5 e 11 segundos, respetivamente. O Benfica renovou o título coletivo, com 27 pontos (quatro atletas nas 11 primeiras), contra 82 do Maia AC.
POSITIVO
– O regresso das transmissões televisivas (RTP2), embora com demasiados pontos mortos entre as duas provas (muito intervaladas…), os quais não foram devidamente aproveitados para fazer reportagem.
NEGATIVO
– A incompreensível presença de muitos concorrentes sem a mínima categoria para estarem num campeonato nacional, perdendo voltas desde bastante cedo e complicando a passagem dos primeiros. E como o percurso era curto, pior ainda…
Resultados em : http://www.fpatletismo.pt/sites/default/files/resultados%20corta-Mato.pdf
Alguém, dentro do Sporting, percebe o porquê da atitude do Licinio Pimentel que, pura e simplesmente, prejudicou a vitoria do colega para beneficiar o adversário? E além de custar, provavelmente, o titulo individual poderia ter custado o titulo colectivo.
Na minha opinião uma grande falta de profissionalismo e espírito de equipa. Lamentável