Se há competição na qual Portugal pode brilhar é a Taça dos Clubes Campeões Europeus, tanto em pista como em corta-mato, já que, ao contrário do que se verifica entre nós, na generalidade dos países os principais atletas estão dispersos por vários clubes e as competições coletivas são secundárias. As exceções, para além de Portugal, são a Espanha e a Turquia (e já foi a Rússia). Mais uma vez – a avaliar pela lista de inscritos – tal se verificará na edição deste ano (já a 55ª), a realizar em Mira, no próximo domingo, 4 de fevereiro. Dos 10 primeiros e das 10 primeiras do Europeu de corta-mato de dezembro passado, apenas estarão à partida dois atletas masculinos (que foram 8º e 10º). E, desta vez, as formações turcas nem sequer apresentarão primeiros planos africanos ou naturalizados…
No setor feminino, no qual o Sporting se apresentará como forte candidato – ou não tivesse Jéssica Augusto, Sara Moreira, Inês Monteiro, Salomé Rocha, Catarina Ribeiro e ainda a bielorussa SvietlanaKudzelich, especialista de obstáculos (9.27,95 como melhor) -, a formação turca do UskudarBelediye já ganha há três anos (sucedendo às russas, desde então ausentes) mas desta vez não conta com a queniana Irene Cheptai, vencedora individual nestes três anos mais recentes. A sua principal atleta é Esma Aydemir, 3ª em 2017. Aspirações tem também a formação espanhola do Bilbao Santuxu, que conta com Trihas Gebre (uma ex-etíope…), segunda em 2017, e com a romena AncutaBobocel, sexta há um ano. Serão 14 as equipas participantes, mas apenas essas três parecem ter hipóteses.
No setor masculino, com 22 equipas inscritas, a formação turca do Istambul BBSK, campeã há um ano (sem reforços estrangeiros!…), tentará, com a mesma equipa, reeditar o triunfo, tendo como principal figura BekirKarayal, vencedor individual em 2016 (mas apenas 15º em 2017). Mas são os espanhóis do Atletismo Bikila quem apresenta os principais atletas, Daniel Mateo e AyadLamdassem, os únicos que se classificaram no top’10 do último Europeu, em dezembro passado (8º e 10º, respetivamente). O Sporting, que “alugou” um jovem queniano apenas para esta prova (a Associação Europeia permite-o…), foi surpreendente segundo em 2017, graças, então, ao argelino RabahAboud, 2º na meta, já que os restantes sportinguistas foram 12º (Licínio Pimentel), 14º (Rui Teixeira) e 17º (António Silva). A equipa conta este ano com Rui Pedro Silva, que mostrou boa forma no Nacional de Estrada, devendo continuar no pódio e podendo mesmo fazer uma surpresa. O queniano Davis Kiplangat, de 19 anos, foi campeão africano de juvenis e 2º no Mundial em 2015 (3000 m) e tem um recorde pessoal de 13.16,35 aos 5000 m.
Nas provas de juniores alinharão a formação masculina do Benfica (13 equipas presentes) e a feminina do Sporting (12 equipas). Também aqui Espanha (masc.) e Turquia (fem.) dominaram há um ano. O Benfica foi então 6º no setor feminino e a UD Várzea 10ª no feminino. O Benfica chegou a ganhar a competição masculina em 2012 e 2013 mas dessas equipas apenas Samuel Barata (8º em 2012 – 4º da equipa) e Miguel Borges (4º em 2013) são hoje primeiros planos…